
Nave espacial da SpaceX é lançada em teste crucial para o foguete lunar de Musk
A Starship da SpaceX decolou rumo ao espaço nesta segunda-feira em um teste muito aguardado para avaliar a capacidade do megafoguete de lançar satélites e retornar à Terra intacto. O maior e mais potente foguete já construído decolou da plataforma de lançamento da base espacial Starbase da SpaceX, no sul do Texas, às 18h24 (2oh24 de Brasília).
O sistema de lançamento, composto pelo propulsor Super Heavy e pela espaçonave Starship, é o elemento central das ambições do CEO Elon Musk de levar astronautas à Lua para a NASA em até dois anos e, eventualmente, estabelecer uma civilização em Marte.
Com a missão desta segunda-feira, a SpaceX busca ao menos igualar os sucessos de seu último voo espacial em agosto, quando a Starship se recuperou de uma série de falhas ocorridas no início do ano para lançar satélites de teste e retornar à Terra em grande parte intacta.
A décima primeira missão de teste do veículo deve durar cerca de uma hora e enviar a espaçonave Starship em uma volta quase completa ao redor do planeta, antes de cair no Oceano Índico.
Gritos e aplausos de “EUA, EUA” ecoaram no centro de controle da missão após a Starship lançar uma série de satélites simulados, projetados para imitar o tamanho e a forma das futuras e mais potentes naves Starlink da SpaceX. A empresa conta com a Starship para lançar esses satélites no futuro, com o objetivo de expandir sua operação de internet via satélite.
Mais cedo, o propulsor Super Heavy se separou da espaçonave Starship e acionou seus motores para se posicionar para o pouso, caindo no Golfo do México, assim como fez no voo anterior. A empresa tem enfrentado críticas nos últimos meses pela quantidade de trabalho que ainda precisa ser feito no desenvolvimento da Starship.
Embora o objetivo final de Musk seja usar a Starship para iniciar um assentamento em Marte, a SpaceX também possui contratos com a NASA no valor de cerca de US$ 4 bilhões para transformar o foguete em um módulo lunar capaz de transportar astronautas de ida e volta à superfície da Lua, já a partir de 2027.
Mas a SpaceX ainda precisa demonstrar e dominar muitas tecnologias inéditas entre agora e o pouso lunar — especialmente a capacidade de reabastecer a Starship em órbita e lançar o veículo cerca de uma dúzia de vezes ou mais em sequência. É uma lista desafiadora de tarefas, considerando que a SpaceX ainda não completou uma missão orbital completa com a Starship.
Com tanto trabalho ainda pela frente, críticos têm duvidado abertamente da capacidade da SpaceX de cumprir o prazo de 2027 — ou de chegar à Lua antes que a rival China envie seus próprios astronautas à superfície lunar.
“É altamente improvável que cheguemos à Lua antes da China”, afirmou Jim Bridenstine, ex-administrador da NASA, durante uma audiência no Senado em setembro, citando a complexidade da Starship como uma das principais razões.
Por ora, a SpaceX continua avançando com seus testes periódicos de voo da Starship, para preparar o veículo para realizar voos regulares ao espaço e, eventualmente, missões à Lua e a Marte.
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