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Maduro diz que Venezuela tem 5 mil mísseis antiaéreos portáteis russos para combater ameaças dos EUA

23/10/2025 00:53 O Globo - Rio/Política RJ

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira que seu país tem 5 mil mísseis antiaéreos portáteis de fabricação russa para defender o país, ao denunciar uma ameaça militar dos Estados Unidos. Depois de enviar uma flotilha de contratorpedeiros, um submarino e embarcações de forças especiais para o Caribe, os Estados Unidos lançaram uma série de ataques sem precedentes em 2 de setembro contra o que chamam de barcos "narcoterroristas" originários da Venezuela. Maduro chama essas operações de "ameaça" e "cerco", e afirma que elas buscam derrubá-lo.
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— Qualquer força militar no mundo conhece o poder da Igla-S, e a Venezuela tem nada menos que 5. mil Igla-S em posições-chave de defesa antiaérea para garantir a paz — disse Maduro em um evento televisionado, acompanhado por membros do alto comando militar.
O Igla-S é um sistema de defesa aérea portátil projetado para abater aeronaves em baixa altitude. O míssil já foi usado em exercícios militares ordenados por Maduro em resposta à mobilização dos EUA.
Segundo Maduro, as Forças Armadas da Venezuela possuem sistemas de simulação que as colocam em "boa posição de mira para milhares de operadores do Iglas-S". Elas estão em "posições-chave na defesa antiaérea para garantir a paz, a estabilidade e a tranquilidade do nosso povo", acrescentou.
Trump declarou nesta quarta-feira que está preparando ataques contra traficantes de drogas que operam em solo.
— Vamos atacá-los com muita força quando eles chegarem em solo; eles ainda não passaram por isso — disse ele.
Os Estados Unidos iniciaram em 2 de setembro uma série de ataques sem precedentes contra o que classificam de lanchas "narcoterroristas" na região do Caribe, próxima à Venezuela. Nesta quarta-feira, o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, anunciou um oitavo ataque, desta vez nas águas do Pacífico. Até agora, 34 pessoas morreram nesses ataques.
A Casa Branca sustenta que está tratando os supostos traficantes como combatentes ilegais, terroristas que devem ser enfrentados com aparato militar, embora essas ações sejam contestadas.
Na semana passada, o presidente Donald Trump autorizou operações da CIA contra a Venezuela, mas sem revelar a data. Também afirmou que cogitava ataques terrestres contra cartéis de drogas do país sul-americano. O anúncio fez com que, pouco depois, Maduro pedisse repúdio aos "golpes de Estado da CIA" e à "guerra no Caribe".
Embora os EUA afirmem estar em guerra contra cartéis de drogas, o corte da diplomacia, o posicionamento militar e as ameaças cada vez mais estridentes contra Maduro por parte de autoridades do governo Trump levaram muitos em ambos os países a pensar que o verdadeiro objetivo do governo Trump é a remoção do chavista.

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