
Filipe Luís se solidariza com vítimas do incêndio no Ninho do Urubu após Justiça absolver réus: 'Estou aqui para ajudar'
Filipe Luís se solidarizou com as famílias das vítimas do incêndio ocorrido no Ninho do Urubu, em fevereiro de 2019, um dia após a Justiça do Rio de Janeiro ter absolvido os sete réus restantes no processo. O treinador do Flamengo tem forte ligação com a base por ter iniciado a carreira à beira dos gramados no comando das equipes sub-17 e sub-20 do clube.
Na coletiva após a vitória rubro-negra por 1 a 0 sobre o Racing, pelo jogo de ida da semifinal da Libertadores, Filipe não comentou sobre o processo, mas ofereceu carinho aos familiares pela dor que "sentirão para sempre" e se colocou à disposição para ajudá-los. Aquele episódio deixou dez jovens da base do clube mortos e outros três feridos.
— A relação que eu tenho é muito forte com esses meninos. Eu sempre vou ao memorial que tem lá no Ninho. Eu fico sozinho lá — revelou o treinador.
— Sobre a Justiça, realmente eu não estou nada por dentro disso. A única coisa que eu estou por dentro é... independente do que aconteça... da dor que esses pais sentem, e sentirão para sempre, de não ter os filhos com eles. Não existe nada que possa apagar ou amenizar essa dor que eles sentem hoje. Por isso, que eu sempre... volto a repetir... eu estou aqui para ajudar qualquer um deles. Converso com alguns, tenho muito carinho por eles, e me coloco à disposição sempre com o que eles precisarem. Estou aqui para ajudar. E como eu sempre falo, quando eu estiver aqui, eles jamais serão esquecidos. Mandar um abraço para todas as famílias.
Justiça rejeita denuncia contra engenheiro do Ninho do Urubu no caso do incêndio
Reprodução
Em outras oportunidades, o treinador rubro-negro comentou sobre o assunto em coletivas. Uma delas foi logo após o título da Copa do Brasil do ano passado, contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte.
"Quero fazer uma menção especial: tenho que falar dos meninos do Ninho. Eu não estava aqui quando tudo aconteceu, mas quero mandar um abraço às famílias deles. Tenho uma conexão muito forte com eles. Existe o memorial no Ninho e, não por acaso, comecei no sub-17, no sub-20. Tenho eles presentes comigo, mesmo não os conhecendo, mas conhecendo alguns familiares. Sinto que eles são parte de mim", comentou Filipe.
Entenda o caso
A decisão de ontem foi assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital. No entendimento do magistrado, há "ausência de demonstração de culpa penalmente relevante e na impossibilidade de estabelecer um nexo causal seguro entre as condutas individuais e a ignição". O Ministério Público havia pedido a condenação de todos os 11 denunciados.
No total, sete réus foram absolvidos nesta decisão. Dos outros quatro denunciados, dois tiveram denúncia rejeitada, um foi absolvido. Ex-presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello teve a possibilidade de punição extinta em 2021, por prescrição.
Eles respondiam pelos crimes de incêndio culposo qualificado com resultado de morte de dez pessoas e lesão corporal grave em outras três.
Morreram no incêndio: Athila Paixão (14 anos), Arthur Vinícius (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique (14), Rykelmo de Souza (16), Samuel Thomas Rosa (15) e Vitor Isaías (15). Os jovens dormiam em um contêiner, uma instalação provisória, quando o fogo começou. Segundo a investigação, o incêndio teve início após um curto-circuito em um ar-condicionado que ficava ligado 24 horas por dia no local, e o fogo se alastrou devido ao material do contêiner. Na época, o Ninho do Urubu não tinha alvará de funcionamento, segundo a Prefeitura do Rio.
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