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Projeto para o Porto Maravilha estuda expansão do VLT até São Cristóvão

23/10/2025 07:31 O Globo - Rio/Política RJ

Aprovada no fim de 2023, a ampliação da área do Porto Maravilha — iniciativa com regras urbanísticas mais flexíveis — até São Cristóvão será um incentivo para construção de novos empreendimentos no bairro imperial. Mas, para além de novos moradores, o local, que já abrigou a Família Real e fábricas, também tem no horizonte as reformas do estádio de São Januário e da estação da Leopoldina, assim como a construção de uma nova arena para o Flamengo, como alavancas nesse processo de revitalização. Com boa oferta de transporte, as ruas de São Cristóvão podem ser atendidas ainda por um novo sistema: o VLT ou um modelo similar, possibilidades que estão sendo estudadas pelo município.
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Todos esses fatores foram colocados em debate durante mais uma edição do Caminhos do Rio, iniciativa dos jornais O GLOBO e Extra, com patrocínio da Prefeitura do Rio, realizado ontem, no auditório da Editora Globo, na Cidade Nova. A mediação coube ao jornalista Rafael Galdo, editor de Rio do GLOBO.
Na primeira mesa do debate, cujo tema foi “Rumo a São Cristóvão”, Osmar Lima, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, descreveu o que pode ser o trajeto do futuro veículo leve sobre trilhos (VLT), similar ao que corta o Centro do Rio, ou do veículo leve sobre pneus (VLP), que também é uma das opções avaliadas na fase atual de estudos do projeto.
Esta segunda opção é considerada mais barata, por não necessitar de trilhos. No fim deste ano, um modelo parecido — nomeado de Bonde Urbano Digital — será testado na Região Metropolitana de Curitiba, com a instalação de sensores magnéticos no asfalto, que guiam o caminho a ser seguido pelos vagões.
No caso carioca, seja VLT ou VLP, o novo modal começaria a viagem no Terminal Gentileza — que foi construído com uma plataforma já virada para São Cristóvão — e percorreria todo o bairro, num percurso de 5,2 quilômetros.
— (Vamos) Conectar o Gentileza e fechar todo o arco de conectividade do porto, passando pela Feira de São Cristóvão, pela Quinta da Boa Vista, Bioparque, e descendo na estação de São Cristóvão, que vira uma grande estação de integração entre trem, metrô, toda essa mobilidade e ônibus — disse o secretário sobre o modal, que irá passar ainda pela Leopoldina e cruzar a Avenida Francisco Bicalho para chegar à Praia Formosa.
Para Leonardo Mesquita, vice-presidente de Negócios da construtora Cury, esta é a primeira grande oportunidade de o Rio “construir um bairro que não seja dependente de carro”. Para isso, acrescentou Marcela Abla, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), a implementação de medidas de redução de tarifa do futuro VLT para os moradores de São Cristóvão seria um incentivo.
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Novos empreendimentos
Com a expansão para o bairro imperial, a área do Porto Maravilha salta de cinco milhões de metros quadrados para 8,7 milhões. Na prática, construções que ultrapassam o limite determinado pela prefeitura precisam comprar um título — o Certificado de Potencial Adicional de Construção (Cepac) —, meio usado pelo município para financiar a instalação de infraestrutura nessas áreas revitalizadas. Osmar Lima contou que os usou no Porto Maravilha desde a remoção dos entulhos da antiga Perimetral, que começou a ser implodida em 2013, até as obras de calçamento e drenagem.
Antes, o uso desses Cepacs era restrito à área de especial interesse urbanístico do Porto Maravilha, que agora passou a incluir São Cristóvão. Neste ano, o primeiro residencial lançado no bairro imperial após essa mudança foi o Cartola, onde ficava a antiga sede da distribuidora de combustíveis Ipiranga, na Rua Francisco Eugênio. O segundo deve ser lançado em janeiro do ano que vem, no terreno da antiga Companhia de Luz Steárica — pioneira na iluminação a gás, negócio do Barão de Mauá, no século XIX — na Rua São Cristóvão, onde serão mantidos os galpões históricos do espaço.
O vice-presidente da Cury, responsável pelos empreendimentos, entende que a expansão dos interesses para São Cristóvão é uma chance de oferecer unidades a um “preço mais acessível”. Ele valoriza o fato de o acesso ao transporte de qualidade ser próximo, algo “difícil” em outras regiões cariocas.
— Onde seria melhor para uma classe média do Rio ficar? Eu não encontro um local, dentro da cidade do Rio, que tenha todas as qualidades que a gente está falando aqui oferecidas nessa região — disse Leonardo Mesquita, mencionando o “atraso legislativo” de outrora para explicar a “baixa qualidade de adensamento” em São Cristóvão. — Você tem (o local) onde o transporte está, onde o lazer está, mas não é onde o povo está.
Entre as áreas promissoras apontadas por ele no b

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