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Kristen Bell sobre sucesso de 'Ninguém quer': 'As pessoas querem ver o Seth Cohen de The O.C. e a Veronica Mars juntos'

24/10/2025 06:31 O Globo - Rio/Política RJ

Depois de três indicações ao Emmy 2025 (melhor série de comédia, melhor ator e melhor atriz), Adam Brody e Kristen Bell estão de volta com “Ninguém quer”. A segunda temporada da produção da Netflix, que estreou ontem na plataforma, traz a podcaster millennial moderninha Joanne e o “rabino gato” Noah (como o personagem de Brody foi apelidado nas redes sociais) dando uma chance sincera a uma relação que parecia fadada ao fracasso. Afinal, ele é judeu devotado à religião e ela, uma agnóstica convicta. Joanne vai se converter? Ou há alguma chance de Noah mudar seus planos profissionais?
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As complicações iniciais de um encontro entre universos tão diferentes foram a tônica da primeira temporada que conquistou crítica e público: foram seis semanas consecutivas no top global da Netflix e na lista de mais vistos de 89 países, incluindo o Brasil. Numa seara tão explorada como a das comédias românticas, por que “Ninguém quer” se destacou? Kristen, também na função de produtora, acredita que a série deu uma repaginada no gênero ao incorporar experiências modernas de forma fluida e genuína. Mas não só.
— Também colocamos o foco em momentos muito, muito pequenos da vida real — diz Kristen ao GLOBO, por chamada de vídeo. — Naquelas pequenas disputas internas que você sente quando conhece alguém por quem se apaixona e fica constantemente lidando com uma decisão, não importa o assunto. De “devo me converter?” a “onde vamos colocar nossas escovas de dente?”. A questão é sempre: quanto de mim estou disposto a abrir mão pelo “nós”.
Outro fator que prendeu a audiência foi a química entre Joanne e Noah, ou Kristen e Adam, atores que se conhecem há mais de 20 anos. Nenhum dos dois lembra exatamente como a amizade começou. Recordam apenas dos trabalhos que fizeram juntos (o filme “Some girls” e alguns episódios da série “House of lies”, tudo no início dos anos 2010), nenhum deles com tanto sex appeal.
—Nesses outros projetos, os personagens não eram feitos para o público torcer por eles, mas nós já tínhamos uma ótima química — relembra Brody. — Mas, no caso de “Ninguém quer”, é como se tivéssemos sido perfeitamente escalados para papéis feitos sob medida para as pessoas torcerem para ficarmos juntos.
Aí vem outra hipótese de Kristen para esse apaixonamento pela relação dos dois: os trabalhos que pelos quais ficaram famosos separadamente. No caso dele, “The O.C”; dela, “Veronica Mars”, ambos do início dos anos 2000.
— Sempre tento pensar na temperatura emocional ou subconsciente das pessoas, o que elas estão desejando. Quando se sentem inseguras, se voltam para séries mais leves e felizes. Do contrário, procuram coisas sombrias, como “Breaking Bad” — teoriza. —Acho que estamos atingindo o alvo exato da nostalgia no subconsciente do público: as pessoas querem ver o Seth Cohen de “The O.C.” e a Veronica Mars juntos.
Para os jovens dos anos 2000 agora crescidos, que assistem a “Ninguém quer”, um presente: Adam Brody contracena, nesta segunda temporada, com a mulher, Leighton Meester, intérprete de Blair Waldorf em “Gossip girl”.

Além de uma nova fase do amor do casal protagonista, os episódios prometem mais profundidade para as personagens judias, principalmente Esther (a atriz Jackie Tohn), nora de Noah. Na primeira temporada, muitas críticas chamaram atenção para uma estereotipização das mulheres judias, descritas “controladoras e obcecadas com homens”
— Não acho que algumas das críticas sejam completamente infundadas — reconhece Adam, judeu não-praticante. —Mas numa segunda temporada, os personagens ganham mais dimensão. Não posso falar por todo público, mas imagino que a maioria e até aquelas pessoas que tiveram questões ficarão mais satisfeitas.
Kristen também diz não poder falar pela sala de roteiro, mas destaca a presença de pessoas da comunidade judaica na concepção e na escrita da produção, baseada na experiência real de conversão da criadora, Erin Foster.
— Temos roteiristas judeus, homens e mulheres, e também consultores — diz a atriz. —Mas, na minha opinião, existe uma forma de olhar que costumo chamar de “complexo do eu”. Um exemplo: alguém posta uma receita no Instagram à base de cottage e aparecem 1.100 comentários dizendo: “Mas você já pensou nas pessoas que não comem laticínios?”. Talvez aquela simplesmente não seja a receita para determinadas pessoas. A história da série é sobre seres humanos e não tem a intenção de representar como são as mulheres judias ou os homens judeus. Acho que nossos roteiristas diriam que não tentamos falar sobre uma cultura inteira.
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