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Jetsons na vida real? Conheça Neo, o robô de R$ 107 mil que promete limpar sua casa, lavar a louça e guardar as roupas; vídeo

31/10/2025 07:01 O Globo - Rio/Política RJ

Há pouco mais de 60 anos, William Hanna e Joseph Barbera criaram Os Jetsons, uma série animada que espelhava Os Flintstones e mostrava as aventuras de uma família vivendo em 2062 — cem anos no futuro, à época. Entre os personagens, estava Robotina (Rosie, no original), a empregada doméstica robô equipada com espanador, patins e avental, responsável pela limpeza da casa.
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Agora, uma versão atualizada desse conceito está mais próxima da realidade. A empresa norueguesa 1X apresentou o robô Neo, que pode ser adquirido por US$ 20 mil (cerca de R$ 107 mil) (ou por meio de um plano mensal de US$ 500). O lançamento está previsto para 2026 e, embora ainda exija supervisão humana, o dispositivo foi criado para atuar como um assistente doméstico inteligente.
Assista:
O primeiro robô humanoide doméstico
A 1X descreve o Neo como o primeiro robô humanoide pronto para o consumidor, projetado para “transformar a vida doméstica”. A promessa é automatizar tarefas cotidianas e oferecer assistência personalizada para que as pessoas possam se concentrar no que realmente importa.
Com 1,68 metro de altura e cerca de 30 quilos, o Neo é capaz de levantar mais do que o dobro do próprio peso. Silencioso e de estética minimalista, tem corpo revestido com tecido macio em tons neutros — uma proposta bem diferente do design metálico de Robotina. A ideia é criar uma aparência unissex e humanoide, adequada ao uso de ferramentas domésticas feitas para humanos, mas sem traços ou expressões que possam gerar desconforto.
Os donos do Neo podem fornecer uma lista de tarefas, agendar atividades ou simplesmente ativá-lo por comando de voz ou toque de botão. Ele é capaz, em teoria, de dobrar roupas, organizar prateleiras e realizar tarefas básicas como abrir portas, procurar objetos e apagar luzes.
O robô vem equipado com inteligência artificial generativa integrada, funcionando como um assistente virtual que conversa, responde perguntas e sugere receitas ao reconhecer ingredientes sobre a bancada. Também pode criar listas de compras, registrar compromissos e enviar lembretes, com memória capaz de manter a continuidade das conversas.
Além disso, o Neo conta com conectividade Bluetooth, Wi-Fi, 5G, microfones e duas câmeras frontais. No entanto, a maior parte das tarefas que executa atualmente ainda depende de uma pessoa operando o sistema remotamente.
Dependência humana e privacidade
Embora consiga se mover de forma autônoma, o Neo ainda precisa de operadores humanos em certas tarefas. Esses profissionais visualizam o ambiente através das câmeras do robô e controlam seus braços e pernas para realizar ações específicas — um processo que também serve de aprendizado para o sistema.
“Se não tivermos seus dados, não podemos aprimorar o produto”, afirmou o CEO da 1X, Bernt Børnich, reconhecendo que, inicialmente, a maior parte das operações será conduzida por controladores humanos equipados com headsets de realidade virtual.
A proposta é controversa. Mesmo com medidas de segurança, como zonas proibidas (por exemplo, o quarto), desfoque automático de rostos e horários pré-agendados para operação, o fato de haver alguém observando o interior das casas levanta preocupações sobre privacidade e segurança cibernética.
Um passo para o futuro dos robôs domésticos
A 1X afirma que, com o tempo, o Neo aprenderá a executar cada vez mais tarefas de forma autônoma, à medida que a inteligência artificial evolui com base nas experiências de todos os robôs em funcionamento. Por ora, os testes iniciais indicam que ele ainda é lento e pouco eficiente, mas o projeto é visto como um primeiro passo rumo a um futuro em que robôs humanoides poderão se integrar naturalmente ao ambiente doméstico — moldado para seres humanos com dois braços, mãos e visão binocular.
E as novidades não param por aí. Elon Musk também prometeu atualizações sobre o Optimus, robô humanoide da Tesla com habilidades semelhantes e controle remoto. Ambos fazem parte de uma corrida tecnológica que, aos poucos, transforma a ficção dos Jetsons em realidade.

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