Hannah Caldas: quem é a nadadora portuguesa suspensa por cinco anos após se recusar a fazer teste de verificação de sexo
A nadadora Hannah Caldas foi suspensa por cinco anos de todas as provas femininas pela Federação Internacional de Natação (World Aquatics). A atleta portuguesa tem uma trajetória marcada por conquistas em diferentes modalidades. Nascida em Vizela, no norte de Portugal, e residente há anos na Califórnia, ela se tornou uma referência entre atletas masters, categoria destinada a competidores acima de 25 anos, e ganhou notoriedade por combinar alto desempenho na natação, no crossfit e no remo indoor.
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Aos 47 anos, Caldas já foi detentora de recordes mundiais em revezamentos masters, além de marcas nacionais em provas de 50 e 100 metros livre e 50 metros peito pela federação americana de natação masters (USMS). Após um período afastada das piscinas, ela retomou os treinos em 2010 e rapidamente alcançou resultados expressivos, destacando-se por manter ritmo e intensidade semelhantes aos de atletas de elite.
A portuguesa também construiu uma carreira relevante no crossfit, esporte que mistura força, resistência e condicionamento físico. Em 2012, chegou a disputar o Open mundial da modalidade e ficou entre as 250 melhores competidoras do planeta. No mesmo período, passou a se dedicar ao remo indoor, onde quebrou recordes mundiais em provas de velocidade, demonstrando uma capacidade física rara mesmo entre atletas experientes.
O que aconteceu?
A Federação Internacional de Natação (World Aquatics) suspendeu a portuguesa Hannah Caldas de todas as provas femininas por cinco anos, depois de a atleta se recusar a realizar um teste de verificação de sexo exigido para competir no 2024 Masters World Championships, na categoria sênior feminina.
Segundo comunicado da Federação de Natação de Nova Iorque, o exame foi solicitado para confirmar a conformidade com as regras de política de gênero da entidade.
"Durante a investigação, foi pedido que a senhora Caldas se submetesse a um teste de cromossomas, às suas expensas, após apresentar um atestado de nascimento que a identifica como mulher", informou o texto.
De acordo com o jornal português A Bola, a nadadora, nascida em Vizela, Portugal, e residente na Califórnia, justificou a recusa afirmando que o exame não é exigido pelas normas esportivas dos Estados Unidos.
— O meu seguro recusa-se a cobrir um teste deste gênero, já que não é medicamente necessário. Nenhum estado americano exige testes genéticos para eventos desportivos como estes, nem mesmo a US Masters Swimming — declarou.
Aos 47 anos, Hannah Caldas é conhecida também por seu desempenho em outras modalidades: detém recordes mundiais de remo indoor e já foi campeã em competições de crossfit.
— Compreendo e aceito as consequências. Mas uma suspensão de cinco anos é o preço que tenho de pagar para proteger as minhas informações médicas mais íntimas. Fico feliz por pagar esse preço — afirmou, destacando que sua decisão é também em defesa de outras mulheres atletas.
Com a decisão, todos os resultados de Caldas entre junho de 2022 e outubro de 2024 serão anulados, e a atleta ficará impedida de competir até outubro de 2030.
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