
Festival do Rio premia doc sobre gestação trans e drama familiar com Carolina Dieckmann
Dirigido e roteirizado por Anne Pinheiro Guimarães, “Pequenas criaturas” foi escolhido como melhor longa-metragem de Ficção da Mostra Premiere Brasil, a principal vitrine do cinema nacional no Festival do Rio 2025.
A trama estrelada por Carolina Dieckmann acompanha a solidão de uma mãe e de seus filhos recém-chegados a Brasília em 1986. Enquanto eles buscam encontrar seu lugar em uma cidade estranha, o país tenta reencontrar o seu rumo. O elenco conta ainda com Letícia Sabatella e Caco Ciocler.
O prêmio de melhor longa-metragem documentário ficou com “Apolo”, de Tainá Muller e Ísis Broken. O filme acompanha a gestação de um casal transgênero (Ísis Broken e Lourenzo Gabriel). O pai está dando à luz e ambos enfrentam o preconceito da sociedade.
Rogério Nunes foi escolhido como melhor diretor da mostra por “Coração das trevas”, sobre um jovem tenente da polícia carioca com a missão de encontrar o Capitão Kurtz, um obscuro personagem desaparecido em circunstâncias misteriosas na extensa periferia do Rio de Janeiro. É uma reinterpretação da novela homônima de Joseph Conrad, que também inspirou o clássico “Apocalypse now”, de Francis Ford Coppola.
A melhor direção em documentário foi para Mini Kerti, por “Dona Onete — Meu coração neste pedacinho aqui”. O longa retrata a trajetória de Dona Onete, professora, militante e guardiã de saberes amazônicos que se tornou uma estrela da música aos 72 anos.
Atuações reconhecidas
Klara Castanho recebeu o prêmio de melhor atriz por sua performance em “#SalveRosa”, no qual interpreta uma influencer que começa a investigar seu passado, o que desencadeia conflitos com sua mãe superprotetora (Karine Teles).
Gabriel Faryas foi recompensado como melhor ator da mostra por “Ato noturno”, dirigido e roteirizado por Filipe Matzembacher e Marcio Reolon. Ele interpreta um ator em início de carreira que busca sua primeira grande chance em Porto Alegre enquanto vive um relacionamento secreto com um político (Cirillo Luna).
Diva Menner e Alejandro Claveaux levaram, respectivamente, os prêmios de melhor ator e melhor atriz coadjuvantes pelo filme “Ruas da Glória”. O longa de Felipe Sholl conta a história de um jovem recém-chegado ao Rio que fica obcecado por um garoto de programa — e começa a se prostituir após o sumiço do amado.
A Mostra Premiere Brasil, que iniciou no dia 2 e terminou ontem, teve em 2025 o maior número de títulos da história do festival. Foram 125 filmes, entre curtas, médias e longas.
Todos os vencedores
Premiere Brasil
Melhor Longa-Metragem de Ficção: "Pequenas criaturas", de Anne Pinheiro Guimarães
Melhor Longa-Metragem Documentário: "Apolo", de Tainá Müller e Ísis Broken
Melhor Curta-Metragem (ex aequo): "Sebastiana", de Pedro de Alencar e "O faz-tudo", de Fábio Leal
Melhor Direção de Ficção: Rogério Nunes, por "Coração das trevas"
Melhor Direção de Documentário: "Mini Kerti", por Dona Onete - meu coração neste pedacinho aqui
Melhor Ator: Gabriel Faryas, por "Ato noturno"
Melhor Atriz: Klara Castanho, por "#SalveRosa"
Melhor Ator Coadjuvante: Alejandro Claveaux, por "Ruas da glória"
Melhor Atriz Coadjuvante: Diva Menner, por "Ruas da glória"
Melhor Roteiro: Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, por "Ato noturno"
Melhor Montagem: André Finotti, por "Honestino"
Melhor Fotografia: Luciana Baseggio, por "Ato noturno"
Melhor Direção de Arte: Claudia Andrade, por "Pequenas criaturas"
Melhor Figurino: Renata Russo, por "#SalveRosa"
Melhor Som: Ariel Henrique e Tales Manfrinato, por "Love kills"
Melhor Trilha Sonora Original: Plínio Profeta, por "Apolo"
Prêmio Especial do Júri: "Cheiro de diesel", de Natasha Neri e Gizele Martins
Premiere Brasil - Novos Rumos
Melhor Curta-Metragem: "Ponto cego", de Luciana Vieira e Marcel Beltrán
Menção Honrosa para "Os arcos dourados de Olinda", de Douglas Henrique
Melhor Longa-Metragem: "Uma em mil", de Jonatas Rubert e Tiago Rubert
Melhor Direção: João Borges, por "Espelho cigano"
Melhor Ator: Márcio Vito, por "Eu não te ouço"
Melhor Atriz: Ana Flavia Cavalcante e Mawusi Tulani, por "Criadas"
Menção Honrosa de Melhor Atriz para Docy Moreira, por "Espelho cigano"
Prêmio Especial do Júri: Ângela Leal e Leandra Leal, por "Nada a fazer"
Felix
Melhor Filme Brasileiro: "Ato noturno", de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher
Melhor Filme Internacional: "A sapatona galáctica" (Lesbian Space Princess), de Leela Varghese e Emma Hough Hobb
Melhor Documentário: "Copacabana, 4 de maio", de Allan Ribeiro
Prêmio Especial do Júri: "Me ame com ternura (Love me tender)", de Anna Cazenave Cambet
Fonte original: abrir