Direita associa megaoperação no Rio à declaração de Lula sobre traficantes: 'Para ele, a culpa é dos usuários'
A megaoperação das polícias Civil e Militar que deixou ao menos 20 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, repercutiu entre opositores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A reação ocorre após a polêmica declaração do petista na última sexta-feira, na Indonésia, quando afirmou que o combate ao tráfico de drogas passa também por medidas voltadas aos usuários dos entorpecentes, os quais classificou como "responsáveis" pelos traficantes.
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Nas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) compartilhou um vídeo em que traficantes do Comando Vermelho utilizam drones para arremessar bombas durante a ofensiva policial. "Nada me surpreende depois que Lula disse que os traficantes são vítimas dos usuários", escreveu. Ainda no sábado, contudo, o presidente voltou atrás e afirmou que o posicionamento foi "uma frase mal colocada".
O parlamentar também aproveitou o momento para ironizar a repercussão de uma declaração concedida na semana passada, quando sugeriu que o governo dos Estados Unidos ajudasse o Brasil a bombardear barcos com drogas na Baía de Guanabara, na capital carioca.
"Se eu sugerir bombardear barcos de traficantes, a esquerda acha um escândalo", comparou Flávio.
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O deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) também associou a megaoperação carioca com a recente declaração do presidente:
"O crime organizado está usando até drones com bombas, mas para Lula, a culpa é dos usuários que oprimem os pobres traficantes", ressaltou.
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Vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL) lembrou da recusa do Ministério da Justiça em classificar as facções criminosas do Brasil como grupos terroristas. No mês passado, na ONU, Lula demonstrou que a preocupação do governo brasileiro é que a equiparação sirva de pretexto para intervenções militares de países com poderio bélico, em especial os EUA, na América Latina.
"É tudo muito vergonhoso e cabuloso", definiu o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Outro que compartilhou imagens da operação foi o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). O parlamentar ironizou os discursos em defesa da soberania nacional sustentados pelo governo nos últimos meses, utilizados para questionar as sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil.
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O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União), que preside a CPI dos Pancadões na cidade, comparou o Rio de Janeiro com a Faixa de Gaza e afirmou que capital carioca é uma "zona de guerra declarada". Ele também lembrou do posicionamento de Lula sobre os traficantes e questionou o fato das facções não serem tratadas como grupos terroristas.
"O Rio de Janeiro tomado por drones, fuzis e explosões. Zona de guerra declarada. E o Lula dizendo que traficante é 'vítima dos usuários'. Quem aterroriza comunidades, fecha escolas e assassina inocentes é terrorista!", afirmou Rubinho.
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