Senado controlado pelo Partido Republicano se afasta de Trump em movimento para encerrar tarifas sobre o Brasil

Um pequeno grupo de senadores republicanos se juntou aos democratas para aprovar uma legislação destinada a cancelar as tarifas de Donald Trump sobre o Brasil, destacando uma divisão dentro do partido do presidente em um tema econômico central.
A votação, com 52 votos a favor contra 48, nesta terça-feira não levará a um fim rápido das tarifas, já que a medida ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados — que até agora se recusou a votar legislação semelhante — e o presidente quase certamente vetaria a proposta.
Ainda assim, a medida representou uma repreensão pública, sinalizando resistência de algumas alas republicanas contra o uso amplo dos poderes tarifários pelo presidente.
Cinco republicanos se juntaram a todos os democratas em apoio à medida: Thom Tillis, Rand Paul, Lisa Murkowski, Mitch McConnell e Susan Collins.
As sanções comerciais contra o Brasil são incomuns, já que os Estados Unidos mantêm um superávit comercial com o país e o presidente geralmente promoveu suas tarifas como uma forma de reduzir déficits comerciais dos EUA.
Os críticos acusaram Trump de usar as tarifas politicamente, dadas suas críticas ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Trump acusou o governo brasileiro de perseguir injustamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de participar de uma tentativa de golpe após sua derrota em 2022.
O conflito comercial pode ser resolvido sem a necessidade da legislação. Lula disse estar otimista de que uma solução será alcançada para resolver a relação tensa. Um encontro com Trump à margem da cúpula da APEC foi “surpreendentemente bom”, afirmou Lula.
A votação no Senado foi a primeira sobre as tarifas contra o Brasil. O Senado aprovou por margem estreita uma legislação para encerrar as tarifas de Trump sobre o Canadá no início deste ano, embora uma resolução separada para pôr fim às tarifas globais abrangentes tenha fracassado.
A Câmara dos Deputados ainda não votou nenhuma dessas resoluções comerciais.
Os senadores também planejam votar novamente esta semana sobre medidas para encerrar os poderes de emergência que Trump usou para impor tarifas ao Canadá e à maioria dos outros países do mundo.
McConnell, crítico de longa data da política comercial de Trump, afirmou em um comunicado antes da votação:
“As tarifas tornam tanto a construção quanto a compra nos Estados Unidos mais caras. Os prejuízos econômicos das guerras comerciais não são a exceção na história, e sim a regra.”

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