Negociações de paz entre Paquistão e Afeganistão 'fracassaram', diz ministro paquistanês
As negociações de paz entre o Paquistão e o Afeganistão fracassaram em Istambul, na Turquia, após quatro dias de discussões, disse Attaullah Tarar, ministro da Informação paquistanês. Tarar acusou o governo do Talibã em Cabul de se recusar a agir contra militantes acusados de ataques transfronteiriços fatais. As negociações seguiram uma rodada anterior em Doha, no Catar, que resultou em um cessar-fogo há duas semanas, após confrontos mortais na fronteira entre os dois lados, que deixaram dezenas de mortos, incluindo soldados, civis e integrantes de milícias armadas.
'Bombardeios poderosos': Exército de Israel ataca Gaza acusando Hamas de violar acordo
Leia mais: Coreia do Norte realiza teste com mísseis um dia antes da visita de Trump à vizinha Coreia do Sul
Os dois países estão em conflito desde o início de outubro, com atos violentos registrados em Cabul e na fronteira com o Paquistão, que acusa os talibãs de promover um movimento paramilitar. O Paquistão acusa o Talibã de abrigar integrantes de milícias armadas ligados a uma onda de ataques, enquanto Cabul nega que seu território esteja sendo usado contra o Paquistão.
Em uma publicação no X, Tarar afirmou que o diálogo "não conseguiu trazer nenhuma solução viável", apesar da mediação do Catar e da Turquia. O ministro paquistanês declarou ainda que o regime do Talibã "sempre permaneceu indiferente às perdas do Paquistão".
"Após sofrer perdas tão enormes de homens e materiais por quatro longos anos, a paciência do Paquistão se esgotou", escreveu o ministro. "Os esforços fervorosos do Paquistão se mostraram inúteis devido ao apoio inabalável do regime talibã afegão aos terroristas antipaquistaneses".
Initial plugin text
Mais cedo, nesta terça-feira, três autoridades de segurança paquistanesas envolvidas nas negociações disseram à Associated Press que havia um impasse nas conversas em Istambul por causa da relutância de Cabul em aceitar as exigências de garantias de que o território afegão não seria usado contra o Paquistão.
De acordo com as autoridades paquistanesas, a delegação do Talibã “não estava totalmente disposta” a aceitar as propostas do Paquistão e continuava a buscar orientação de Cabul antes de tomar decisões.
Do outro lado, a agência de notícias RTA, controlada pelo Afeganistão, fez as mesmas acusações semelhantes contra o lado paquistanês, afirmando que Cabul fez todos os esforços "para manter conversas construtivas”, mas que os paquistaneses "não parecem ter essa intenção”.
Campanha pela resolução de conflitos
No último domingo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, supervisionou a assinatura de um acordo de cessar-fogo entre a Tailândia e o Camboja, na Malásia, marcando o primeiro dia de sua viagem oficial pela Ásia. O encontro ocorreu durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, em Kuala Lumpur, e contou com a presença do primeiro-ministro tailandês, Anutin Charnvirakul, e do premier cambojano, Hun Manet, que assinaram o pacto sob os olhos do republicano.
Em conversa com jornalistas na ocasião, Trump disse que também pretendia “resolver rapidamente” o conflito entre Afeganistão e Paquistão.
Desde o início de seu segundo mandato, Trump tem se apresentado como um “pacificador global”. Sua decisão de apoiar os esforços de mediação do primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, rendeu-lhe elogios públicos. O premier cambojano, Hun Manet, chegou a indicá-lo ao Prêmio Nobel da Paz, citando sua “extraordinária capacidade de estadista”.
Fonte original: abrir