Nvidia investirá US$ 1 bi na Nokia em aposta em redes de IA da empresa filandesa

A Nvidia planeja fazer um investimento acionário de US$ 1 bilhão na Nokia Oyj, apostando na guinada da empresa finlandesa do setor de equipamentos de redes móveis para a inteligência artificial. As ações da Nokia subiram 21% na bolsa de Helsinque, o maior ganho desde 2013.
Com reestruturação: OpenAI vira empresa com fins lucrativos e renova parceria com Microsoft até 2032
Ações em alta: Apple e Microsoft atingem US$ 4 tri em valor de mercado
A Nokia emitirá cerca de 166 milhões de ações para a Nvidia ao preço de US$ 6,01 por ação, o que dará à Nvidia uma participação de 2,9%, segundo comunicado divulgado pelas empresas nesta terça-feira.
Os chips da Nvidia serão usados para acelerar o software da Nokia voltado a redes 5G e 6G, e a Nvidia explorará formas de utilizar a tecnologia de data centers da Nokia em sua própria infraestrutura de IA, afirmaram.
Tradicionalmente conhecida por vender componentes de redes móveis, a Nokia tem avançado no setor de data centers — um negócio em expansão impulsionado pela crescente demanda por capacidade computacional decorrente do boom da inteligência artificial.
Initial plugin text
O movimento tem dado resultado e ajudou a empresa a superar as estimativas de Wall Street no último trimestre. Com sede em Espoo, na Finlândia, a Nokia comprou neste ano a Infinera por US$ 2,3 bilhões, ampliando sua atuação em produtos de rede voltados a data centers de IA.
Testamos o Atlas: Veja como funciona o navegador do ChatGPT que quer desbancar o Chrome
Alguns analistas e acadêmicos começaram a traçar comparações entre os acordos circulares que a Nvidia firmou nos últimos meses com clientes importantes e aqueles realizados nos anos 1990, antes do estouro da bolha da internet. Na época, as vendas cruzadas entre startups inflavam as projeções de crescimento.
A Nokia — outrora uma marca icônica dos anos 1990, dominante nos primeiros celulares — desapareceu da cultura popular após perder espaço no mercado de telefonia e se concentrar em redes.
O diretor-presidente Justin Hotard está conduzindo uma reviravolta na companhia nórdica, destacando sua posição como a única alternativa ocidental à Huawei capaz de fornecer todo o portfólio de equipamentos de comunicação, que vai desde rádios 5G até cabos de fibra óptica.
Inteligência artificial chega às carteiras digitais: PayPal vai integrar app com ChatGPT
Durante um evento corporativo em Washington, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, afirmou que a Nvidia fornecerá à Nokia um novo produto — um computador programável capaz de se comunicar sem fio, executar processamento de IA e direcionar o tráfego móvel simultaneamente.
— A Nokia vai trabalhar conosco para integrar nossa tecnologia e reescrever sua pilha — disse Huang.
Initial plugin text
As redes de telefonia sem fio estão passando de uma estrutura baseada em componentes de hardware distintos para sistemas operados por computadores padronizados definidos por software. A próxima geração de conexões sem fio — o 6G — será caracterizada por seus usos de inteligência artificial, segundo a Nvidia.
A empresa está trabalhando com a Nokia para desenvolver equipamentos baseados em novos softwares e chips criados especificamente para esse mercado. A T-Mobile US iniciará testes no próximo ano, informou a Nvidia.
O objetivo da Nokia é processar dados mais próximos do usuário, reduzindo a latência no envio das informações. Chamando essa mudança de uma “reconfiguração fundamental da rede”, o CEO Justin Hotard afirmou em comunicado que o movimento “acelerará a inovação em IA-RAN, colocando um data center de IA no bolso de cada pessoa”.
A Nvidia tem realizado uma série de investimentos nos últimos meses. A empresa anunciou que investirá até US$ 100 bilhões na OpenAI e financiará as companhias de veículos autônomos Wayve e Oxa, a fintech Revolut e empresas de IA como PolyAI. A Nvidia também investirá em um data center na Alemanha, em parceria com a Deutsche Telekom, informou a Bloomberg News anteriormente.
Políticos e executivos de tecnologia europeus vêm debatendo há meses a necessidade de o bloco desenvolver seu próprio ecossistema de IA e alcançar os rivais dos Estados Unidos e da China. O CEO Jensen Huang e outros críticos afirmaram que a Europa tem sido lenta demais para criar sua infraestrutura e apoiar empresas que desejam usar IA mantendo seus dados dentro da região.
Initial plugin text

Fonte original: abrir