
Depois do sucesso do bar Jurema, Pedro Attayde abre o Ophelia, em Ipanema
No começo, era só o Jurema, bar em tons de verde e branco que abriu entre a Glória e a Lapa e garantiu uma animação extra na Rua Morais e Vale. Não demorou muito para os sócios perceberem que era preciso expandir. A casa fez sucesso rápido com uma cozinha gostosa e drinques autorais: logo faltou espaço e sobrou fila. Há um mês, foi aberto, então, o Jurema Brasa, com 120 lugares, no espaço vizinho, e com uma cozinha focada na parrilla. Saem cortes como chorizo (R$ 120, 400g) e coração de paleta de Angus (R$ 98, 400g) e acompanhamentos como a salada de chuchu com vinagrete de caju, picles de rabanete e sementes (R$ 18). Agora, eles partem para outro CEP e chegam à Barão da Torre, em Ipanema, onde abrem esta semana o Ophelia, restaurante de base francesa e guiado pela charcutaria. “Brincamos que são duas irmãs. A Jurema é do samba, da Lapa e da cachaça. A Ophelia adora viajar para Paris e ouvir jazz”, conta o sócio Thomas Faria.
No comando de todas as casas está o chef Pedro Attayde, já conhecido pela Cochon Rouge, marca de charcutaria artesanal. “Ophelia vai ser uma expansão desse trabalho na Cochon. A base será mesmo esses preparos franceses. No restaurante, haverá versões de peixes e frutos do mar”, antecipa.
Patê en croute fresquinho feito na casa: carne de porco com cranberries
Guito Moreto
O menu será focado em entradas — para a estreia, são mais de 15. Tem patê en croute (de carne de porco com cranberries, mousse de fígado de pato e macadâmias) servido com picles e mostarda da casa (R$ 48); persillé de frutos do mar (R$ 59), uma terrine prensada de polvo, cavaca e mexilhão montada em aspic (uma gelatina salgada) de ervas frescas; e gravlax curado com beterraba e laranja (R$ 59). Entre os principais, uma dica é o ballotine de filé suíno (R$ 83) curado com cogumelos e espinafre, servido com purê de cenoura e avelãs. “Penso em tudo sem pompas, prefiro surpreender quando o pedido chega à mesa. Tanto que meu único prato com foie gras é uma empada”, destaca Pedro.
O gravlax curado com beterraba e laranja é uma pedida
Guito Moreto
O chef franco-brasileiro Ricardo Lapeyre, que entende tanto de gastronomia francesa quanto de boteco carioca, é frequentador. “O pilar da cozinha dele é a base francesa. E isso permite que se adapte tanto a um boteco na Lapa, como a um braseiro, quanto a montar uma casa em Ipanema”, elogia.
Em comum, o que as casas têm? As pinturas de João Cordel e Anna Heizer estão em ambas, mas nos Juremas são feitas diretamente nas paredes. Já no Ophelia, estão em telas. O vaso com espada-de-são-jorge também está na entrada de todas. Assim como o clima mais descontraído. “Estamos mais clássicos no Ophelia. Mas é um clássico desobediente”, brinca Thomas.
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