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BTG propõe fechar capital do Banco Pan para incorporá-lo definitivamente

14/10/2025 01:29 O Globo - Rio/Política RJ

O BTG Pactual informou na noite desta segunda-feira que pretende integrar o Banco Pan às suas operações, fechando seu capital e tirando suas ações da Bolsa definitivamente. O plano prevê uma incorporação em duas etapas, que vão resultar na transformação do Pan em uma subsidiária integral do BTG.
Os minoritários também devem migrar para a base acionária do BTG, que tem ações negociadas na B3. O Pan, que já foi controlado pelo Grupo Silvio Santos, teve o controle comprado pelo banco dirigido por André Esteves em 2021.
De acordo com o fato relevante, a incorporação do Pan será realizada em duas fases. A primeira pelo Banco Sistema, e só depois haverá a incorporação do Sistema pelo BTG Pactual. A Assembleia que deve deliberar a operação deve acontecer em até quatro semanas. É esperado que o negócio seja concluído até o fim de 2025.
Como contrapartida, os acionistas do Pan — com exceção do Banco Sistema e do BTG Pactual — receberão 0,2128 unit (fração de uma ação) do BTG Pactual para cada ação preferencial do Pan detida na data de fechamento da operação (ou 4,7 ações do Pan por cada unit do BTG).
As units do BTG são negociadas na B3 e representam uma combinação de ações ordinárias e preferenciais do banco de Esteves. Nesta segunda-feira, a unit do BTG encerrou em ligeiro avanço de 0,36%, valendo R$ 47,31. Com a conclusão da operação, o Banco Pan deixará de ter ações em circulação no mercado, passando a ser subsidiária integral do BTG Pactual.
'Simplificação e otimização'
"O BTG Pactual entende que a operação permite a simplificação e a otimização da estrutura administrativa e societária do grupo econômico ao qual as Companhias pertencem, eliminando ou reduzindo custos redundantes, bem como aprimorando ou facilitando acesso ao capital necessário para o desenvolvimento de seus planos de negócios", diz trecho do documento.
O BTG afirma ainda que a operação dá um prêmio superior a 30% em relação ao fechamento do preço do Pan nesta segunda, que foi de 7,70, aos 1,32% de alta na B3.
Rumores que circularam no mercado financeiro em junho davam conta de que a operação se daria logo, diante das recentes movimentações de importantes atores da diretoria dos dois bancos.
André Luiz Calabro se tornou CEO do Pan em meados de fevereiro, mas antes atuou por pouco mais de dois anos como sócio de Situações Especiais do BTG.
Outras figuras do alto escalão do Pan também fazem dupla função, no BTG e no Pan: Christian Flemming, diretor em ambas instituições; Bruno Horta Nogueira, que dirige o jurídico nas duas casas; e Mariana Cardoso, que dirige a área de compliance nos bancos.
Segundo o balanço do segundo trimestre de 2025, o banco possuía uma carteira de 32 milhões de clientes e R$ 57,8 bilhões em carteira de crédito. Atualmente, o BTG possui 76,9% das ações do Banco Pan, com 21,6% em circulação na Bolsa (o chamado free float). Outros 1,5% dos papéis estão sob controle da tesouraria do banco.
Banco foi controlado por Silvio Santos
O interesse pelo Pan começou ainda em 2011, quando o BTG comprou, por R$ 450 milhões, a fatia de 37,64% do então Panamericano. À época, a Caixa Econômica detinha 36,56% do capital da instituição administrada pelo Grupo Silvio Santos, conglomerado do apresentador falecido no ano passado.
O banco de Silvio Santos enfrentou uma fraude histórica no fim da década de 2000, que deixou um rombo de cerca de R$ 2,5 bilhões em valores da época. Para escapar da falência, a instituição recebeu aporte do FGC e foi vendida.
Em 2021, o BTG comprou as ações da Caixa Econômica no Pan por R$ 3,7 bilhões, se tornando controlador da instituição. À época, a fatia do BTG no Pan alcançou pouco mais de 71%.

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