Você sabia? Estreia do Vale a Pena Ver de Novo, 'Rainha da sucata' precisou ter capítulos reescritos por causa do Plano Collor
Sucessora de "A Viagem" no Vale a Pena Ver de Novo, "Rainha da Sucata", da autoria de Silvio de Abreu, foi exibida originalmente em abril de 1990, na mesma época em que o ex-presidente Fernando Collor começava o seu mandato após vencer a eleição contra Luiz Inácio Lula da Silva no ano anterior.
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Por conta das medidas econômicas radicais do Plano Brasil Novo — também conhecido como Plano Collor — implementado pelo então presidente em março, Abreu precisou reescrever às pressas setecentas páginas de trinta capítulos da trama, que usa os dramas das protagonistas Maria do Carmo (Regina Duarte), uma emergente em ascensão, e Laurinha Figueroa (Gloria Menezes), uma socialite falida, para abordar temas como dinheiro e poder.
— Se eu não fizesse alguns ajustes depois que foi decretado o Plano Collor, certamente a novela ficaria defasada. Jamais poderia ficar imune a uma mudança que praticamente virou o Brasil de cabeça para baixo — explicou o autor, em matéria para o jornal O Dia, na época da estreia da novela.
Em outra entrevista, ao Jornal do Brasil, Abreu contou que parou de escrever o roteiro durante dois dias até compreender o cenário econômico do país — cujo pacote de medidas incluía o congelamento de salários e preços, a criação de uma nova moeda e o confisco das poupanças.
— A decadência da Laurinha, aristocrata que vive de rendas, ficou muito mais real depois de ter o seu dinheiro confiscado. O que poderia ser a história de uma pessoa virou a história de uma classe e a novela até parece feita de encomenda para esta época — comparou ele.
Com relação à Maria do Carmo, empresária que fez sua fortuna a partir de um pequeno ferro-velho herdado pelo pai, Onofre, o autor encontrou uma solução criativa: ela investiu o dinheiro no estoque de carros e na construção de sua casa de espetáculos, a Sucata.
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— Na verdade, do Carmo só tem que aguardar a entrada de cruzeiros no mercado para começar a girar o seu capital. Independente disto, ela também abriu uma casa de show, já que sua opinião é de que o dinheiro sempre pinta quando se trata de um bom entretenimento — disse Abreu à época.
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