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Trump avalia atacar instalações de cocaína dentro da Venezuela em meio a tensão no Caribe com envio de porta-aviões

25/10/2025 12:42 O Globo - Rio/Política RJ

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está considerando atacar instalações de produção de cocaína, além das rotas do narcotráfico, dentro da Venezuela, embora ainda não tenha decidido avançar, afirmaram três autoridades americanas à CNN. Em paralelo, Washington anunciou o envio de porta-aviões para as águas da América do Sul, um dia após indicar o início de manobras conjuntas com Trinidad e Tobago, país caribenho localizado a poucos quilômetros do litoral venezuelano. O deslocamento da poderosa força naval marca um dos momentos de maior tensão na região, em meio a uma campanha de afundamentos de barcos supostamente usados por narcotraficantes em águas internacionais próximas à Venezuela e à Colômbia.
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Autoridades afirmaram que este aumento de forças americanas na região visa tanto operações navais contra embarcações suspeitas quanto dar opções a Donald Trump caso opte por ações em solo. O republicano, vale lembrar, também autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela.
— Há planos na mesa que o presidente está considerando — disse à CNN um funcionário do governo, acrescentando que “[Trump] não descartou a diplomacia”.
Segundo duas outras autoridades, várias propostas foram apresentadas ao presidente e o planejamento está sendo coordenado em agências em todo o governo, com foco atual na apreensão de drogas que transitariam pela Venezuela. Desde o início da campanha americana contra navios suspeitos de tráfico, a Marinha dos EUA já atacou 10 barcos, matando 46 pessoas.
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Recentemente, a CNN noticiou que Trump considerava ataques dentro da Venezuela como parte de uma estratégia para enfraquecer o presidente venezuelano, Nicolás Maduro — e o Trump já sugeriu publicamente sobre operações em terra. O republicano, no entanto, ainda não deixou claro o que isso implicaria, e o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sugeriu que "rotas" de drogas poderiam ser alvos.
Alguns funcionários do governo Trump, ainda de acordo com a CNN, defendem que a campanha antidrogas pode ser aproveitada para pressionar figuras próximas a Maduro e provocar fissuras que levem a uma mudança de regime. Eles acrescentaram, porém, que o presidente americano "não tem pressa" para tomar uma decisão definitiva. Um vídeo recém-divulgado mostra Maduro, em inglês, implorando pela paz.
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime não classifica a Venezuela como produtora significativa de cocaína. As plantações da droga concentram-se majoritariamente na Colômbia, no Peru e na Bolívia. Relatórios da Agência Antidrogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês) também não listaram a Venezuela entre os maiores produtores.
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As autoridades ouvidas pela CNN também ressaltaram que uma operação militar em solo venezuelano provavelmente exigiria algum tipo de aprovação ou consulta ao Congresso dos EUA. Mas Trump afirmou não ver necessidade desta aprovação.
— Não vou necessariamente pedir uma declaração de guerra — disse Trump à CNN na última quinta-feira. — Acho que vamos simplesmente matar as pessoas que estão trazendo drogas para o nosso país.
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O porta-aviões Gerald R. Ford enviado para as águas da América do Sul faz parte de um agrupamento de ataque que inclui três contratorpedeiros (USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston Churchill), esquadrões de caça F-18 e helicópteros de combate MH-60. Eles se somam a forças militares já deslocadas para o Caribe, incluindo outros contratorpedeiros, um submarino e embarcações de desembarque anfíbio, além de jatos F-35 enviados a Porto Rico.
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Ao todo, os EUA já dispõem de 10 mil militares na região. O porta-aviões — descrito pela Marinha americana como “a plataforma de combate mais capaz, adaptável e letal do mundo” — e sua escolta estão atualmente no Mediterrâneo e devem levar de 7 a 10 dias para chegarem à América do Sul. Neste domingo, o contratorpedeiro USS Gravely chegará à capital de Trinidad e Tobago para manobras.
Em post na rede social X, o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, disse que o envio do porta-aviões ocorre “em apoio à diretriz do presidente de desmantelar as Organizações Criminosas Transnacionais (TCOs) e conter o narcoterrorismo em defesa da Pátria”.
Em reação, Maduro acusou os EUA de estarem “inventando uma guerra” contra seu país, que, segundo ele, é “livre da produção de folha de coca, livre da produção de cocaína”.
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