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Típico fruto amazônico, açaí vira febre na Argentina, e vendas disparam no país

21/10/2025 07:02 O Globo - Rio/Política RJ

Há menos de uma década, o açaí — uma pequena fruta amazônica de cor violeta intensa — era um produto exótico reservado para aqueles que o descobriam durante suas férias no Brasil. Hoje, suas preparações se multiplicam em Buenos Aires, Córdoba, Rosário e até mesmo em destinos da Patagônia, graças a restaurantes e franquias locais.
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O açaí deixou de ser um produto de nicho para se tornar uma categoria consolidada. Só foi incorporado ao Código Alimentar Argentino em 2017. E embora seja tradicionalmente vendido em copos e tigelas — que combinam uma espécie de sorvete de açaí com outras coberturas, como frutas e granola —, também está disponível em uma versão de polpa congelada, importada da região amazônica.
A tendência foca em um estilo de vida saudável e é respaldada por seu status de superalimento, graças às suas propriedades antioxidantes, fibras, vitaminas e minerais essenciais. Segundo dados da consultoria GFK, 38% dos consumidores em todo o mundo estão mais propensos a adotar esses tipos de hábitos.
A brasileira Oakberry, que tem mais de 700 lojas no mundo, inaugurou seus primeiros pontos de venda em Buenos Aires, em Palermo e Recoleta
Reprodução
Assim, seu crescimento no mercado local não passou despercebido pelos grandes players internacionais. Esta semana, a brasileira Oakberry, que tem mais de 700 lojas no mundo, inaugurou seus primeiros pontos de venda em Buenos Aires, em Palermo e Recoleta. Com um modelo de franquia turnkey e um investimento inicial de cerca de US$ 90mil (cerca de R$ 483 mil) por unidade, a marca planeja abrir pelo menos 50 filiais em todo o país nos próximos 10 anos.
“Estamos confiantes de que a expansão e a aceitação serão excelentes, principalmente porque nosso produto está entre os de mais alta qualidade do mercado. Isso é possível porque controlamos todo o processo de produção, desde o pé de açaí até a xícara servida na loja. Todo o processo é totalmente verticalizado e mantemos uma cadeia de suprimentos sustentável, controlando todas as etapas da produção”, afirma Gabriel Meredig, Gerente de Operações da Oakberry para Argentina e Uruguai.
Para o executivo — que conhece o fundador da empresa, Arthur Silva, desde a infância e liderou o lançamento da marca em países europeus e na Coreia do Sul, onde foram abertas 37 lojas em um ano e meio —, a Oakberry preenche uma lacuna no mercado para quem não encontra soluções saudáveis ​​de fast food.
E o interesse pela marca, que tem como embaixador o piloto de corridas Franco Colapinto (argentino que disputa a Fórmula 1), era evidente antes mesmo da inauguração da primeira loja: a empresa já havia fechado negócios com seus primeiros franqueados. No Peru, o negócio está nas mãos dos mesmos empreendedores que comandam a operação.
Marcas locais
Mas nem todos os negócios estão em mãos internacionais. Fundada por Facundo Levy, a Maracaibo foi uma das primeiras a trabalhar com açaí no país.
“Em 2015, entrei para um programa de aposentadoria voluntária no banco onde trabalhei por 10 anos e fui de férias para Búzios com meu sócio. Eu não tinha ideia do que o futuro me reservava; queria abrir um negócio, mas não sabia o que fazer. Foi aí que descobri o açaí: todo mundo estava comendo, e havia uma seleção enorme; havia uma loja em cada quarteirão. Eu não era fã, mas minha esposa adorou”, observou.
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Em 2016, ela criou uma importadora e exportadora de sorvetes e realizou os procedimentos para a incorporação da fruta no Código Alimentar Argentino e para sua importação. Com um investimento inicial de US$ 50.000 (cerca de R$ 268 mil), ela montou uma fábrica na cidade de Munro, em Buenos Aires, e mudou para a produção de açaí embalado.
Em 2018, ela lançou a Maracaibo. Hoje, ela produz cerca de 5.000 litros de sorvete de açaí por mês, juntamente com outras variedades, como manga e kiwi. Ela tem sua própria loja no bairro de Belgrano, em Buenos Aires e fornece para mais de 250 pontos de venda em todo o país. Ela também atende mais de dez marcas que vendem o produto com seu nome.
“Em 2019, participamos da Expoagro com um food truck. Disseram-nos que seria um ótimo evento e investimos muito dinheiro, mas acabamos ficando com uma grande parte da mercadoria. Com o tempo, percebemos que nosso mercado é muito específico e que o produto é mais popular entre a comunidade esportiva. Nesse sentido, começamos a participar de outros tipos de eventos, como o Southfit Challenge [CrossFit] em La Rural”, explicou.
Outro grande nome é o Açaí Brasil, criado por Patrick Souza e Roberta Rocha, dois jovens brasileiros que vieram para a Argentina para estudar medicina.
“O açaí faz parte da nossa alimentação diária. Por isso, quando chegamos, sentimos tanta falta dele. Isso nos levou a questionar por que a Arg

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