
Solo descongelado pode liberar gases mortais para humanidade; entenda
O avanço do aquecimento global está provocando o degelo acelerado do permafrost, um tipo de solo permanentemente congelado encontrado em regiões como a Sibéria, o norte do Canadá e o Alasca. Esse fenômeno tem despertado grande preocupação entre cientistas, que alertam para o risco de liberação massiva de gases de efeito estufa, agravando ainda mais a crise climática.O permafrost é formado por camadas de solo que permanecem congeladas por, no mínimo, dois anos consecutivos, podendo atingir dezenas de metros de profundidade. Em seu interior, há grandes quantidades de carbono orgânico acumuladas ao longo de milhares de anos, provenientes da decomposição de plantas e organismos que ficaram presos no gelo.Quando o solo começa a descongelar, esse material orgânico entra em decomposição e libera dióxido de carbono (CO₂) e metano (CH₄), dois dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global. O metano, em especial, tem um poder de aquecimento mais de 28 vezes superior ao do CO₂, o que torna o processo ainda mais preocupante.
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Um estudo recente, publicado na revista Nature Geoscience, reforça essa preocupação. Pesquisadores analisaram sedimentos de lagos do Ártico, como o Lago Goldstream, no Alasca, e constataram que o permafrost sob essas áreas já derreteu completamente em várias regiões.DegeloO degelo intensifica a atividade microbiana nos sedimentos, que passam a liberar metano e dióxido de carbono, inclusive em profundidades antes consideradas estáveis.O impacto é agravado pelo surgimento dos chamados lagos termocásticos, formados quando o permafrost descongela e a depressão resultante se enche de água. Esses lagos, segundo os cientistas, continuam emitindo gases por séculos ou até milênios, mesmo após o solo se estabilizar, um efeito que os modelos climáticos tradicionais ainda subestimam.Além do aumento das temperaturas, os efeitos do degelo podem provocar colapso de ecossistemas, extinção em massa de espécies, elevação do nível do mar e a transformação de vastas áreas do planeta em zonas inabitáveis.
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