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Filha homenageia o pai com peça emocionante em Salvador

15/10/2025 00:08 A Tarde - Política

Nesta quarta-feira, 15, e nos dias 22 e 23, o monólogo Quando o coração transborda chega ao Teatro Gamboa. O espetáculo, criado e interpretado por Maíra Oliveira em codireção com João Antonio de Lima Esteves, mistura teatro, música ao vivo e poesia. O monólogo parte das memórias do Esquadrão da Vida, grupo fundado em Brasília pelo pai de Maíra, Ary Pára-Raios, poeta, jornalista, artista plástico e ambientalista, falecido em 2011.“Mexer nessa história é como se eu estivesse mexendo na minha história de vida, não só com relação ao meu pai, mas do amor ao teatro e de como também é difícil a vida de artista”, conta. A atriz revisita cartas, canções e imagens guardadas ao longo de décadas. “É importante a gente lembrar da nossa história para a gente poder construir um futuro que seja melhor”.O Esquadrão da VidaLiderado por Ary Pára-Raios, o Esquadrão da Vida foi um marco no teatro brasileiro. Criado em 1979, o grupo surgiu como contraponto ao “Esquadrão da Morte”, e fez da irreverência uma forma de enfrentamento. Em mais de duas décadas, o grupo realizou mais de 21 peças, 25 campanhas e 20 oficinas – uma referência em teatro popular e engajado.“O Ary era vital para as causas que ele defendia: ele defendia com muita força, energia e argumento. Quando partia para a defesa do meio ambiente, o fazia com música, poesia, com uma verve clara e argumentos quase impossíveis de serem combatidos”, comenta João Antônio, que dividiu palcos com o artista.A “antropofagia jeca”, conceito criado por Ary, expressa bem seu modo de fazer arte: devorar o imaginário popular e devolvê-lo ao público em forma de arte. Em Quando o coração transborda, Maíra reinterpreta esse legado ao olhar para o passado e entender esse processo em si mesma. “Como ele se dá? Ele está totalmente presente no fazer artesanal do teatro, nesse ofício mesmo, como se fosse um carpinteiro”, afirma a artista.



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Arte como herançaO espetáculo nasceu a partir da pesquisa de mestrado em Artes Cênicas que Maíra realizou na Ufba, sob orientação das professoras Denise Coutinho e Hebe Alves. A dissertação abordou justamente o processo de criação do monólogo e o impacto da trajetória do Esquadrão na formação de sua identidade artística.Na peça, as lembranças de Ary se confundem com as de Maíra, e o palco se transforma em espaço de partilha. “A minha ideia com o monólogo era que fosse pequeno, uma conversa ao pé do ouvido, como se eu estivesse compartilhando com a plateia bem pertinho sobre várias coisas que dizem respeito à vida. E foi assim que surgiu a ideia da necessidade de contar a história do meu grupo de teatro, e eu entendi que fazer isso através da história da minha relação com o meu pai e mestre ia ser ainda mais forte”, explica ela.A escolha do Teatro Gamboa, um espaço íntimo e simbólico, reforça essa conexão. Foi no Largo dos Aflitos, vizinho ao Gamboa, que Ary viveu antes de fundar o Esquadrão da Vida. Quatro décadas depois, a história retorna

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