
Bolsonarista que recusou dinheiro de Lula, cogita decretar calamidade
O prefeito de Cuiabá (MT), Abílio Brunini (PL), deve anunciar o segundo decreto de calamidade financeira na capital mato-grossense. A medida chama atenção porque durante a campanha, o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que a capital mato-grossense possuía arrecadação robusta e seria capaz de caminhar com as próprias pernas, dispensando recursos federais e dizendo que “Cuiabá não precisaria do dinheiro do governo Lula”.
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A declaração foi usada para reforçar postura de independência em relação à União e agradar sua base ideológica, mas foi criticada por adversários políticos e por especialistas em administração pública – que apontaram a importância da cooperação entre entes federativos.Os contínuos anúncios de sufoco financeiro vivido por Cuiabá entraram em confronto com a posição inicial de Brunini. Isso porque, ao decretar calamidade, o gestor permite à prefeitura flexibilizar regras fiscais e solicitar apoio financeiro de outras esferas de governo, especialmente da União.DecretosO primeiro decreto ocorreu ainda no início de 2025, três dias após assumir o cargo, sob pretexto de dívidas herdadas da gestão anterior – responsabilidade de Emanuel Pinheiro (MDB). Na ocasião, Brunini determinou 180 dias de calamidade e redução de despesas em 40%, além da reavaliação de licitações e contratos. O governo deve encerrar o ano com déficit de até R$ 364 milhões, sendo R$ 120 milhões somente na saúde.No dia 1º de outubro, ele anunciou um “alerta financeiro preventivo” para Cuiabá. Ao contrário da declaração de calamidade pública, a medida não flexibiliza regras de contratação ou orçamentárias. Segundo a Prefeitura, o objetivo é “comunicar oficialmente ao Executivo, ao Legislativo e à sociedade que a gestão está em risco de não conseguir cumprir os compromissos até o fim do ano”.Em coletiva dada no dia 2 do mesmo mês, Abílio Brunini voltou a admitir fragilidade financeira na Prefeitura e não descartou um novo decreto de calamidade.Outras polêmicasEm seu primeiro ano de mandato como prefeito de Cuaibá, Abílio Brunini, já se envolceu em outras polêmicas. Em janeiro, ele afirmou que pretende fechar todas as boates de luxo e 'prostíbulos' localizados na área urbana da capital mato-grossense. O político bolsonarista é membro da igreja Assembleia de Deus.Abílio disse que a Prefeitura vai analisar a legislação para saber se existe uma classificação da atividade dentro do perímetro urbano, e disse que deve enviar uma proposta, caso não exista a lei, para a Câmara Municipal.ERm agosto, ele foi acusado de violência política de gênero, após interromper a fala de uma professora negra, que usou o pronome neutro "todes" durante a Conferência Municipal de Saúde.Segundo Abílio, a docente aposentada estaria tentando fazer "doutrinação ideológica". O gestor ainda pediu que Maria Inês da Silva Barbosa, mestre em Serviço Social e doutora em Saúde Pública, se retirasse do evento, caso estivesse i
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