
Petrolíferas estatais da China suspendem compra de petróleo russo após sanções dos EUA
Grandes empresas petrolíferas estatais da China suspenderam as compras de petróleo russo transportado por via marítima após a imposição de sanções dos Estados Unidos contra as gigantes Rosneft e Lukoil, principais produtoras de petróleo da Rússia. A informação foi confirmada por diversas fontes comerciais à agência Reuters nesta quinta-feira.
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A decisão marca um novo golpe nas exportações de Moscou, que já enfrentam pressão com as refinarias da Índia — atualmente o maior comprador do produto transportado por mar — prestes a cortar drasticamente suas importações de petróleo bruto da Rússia. A medida atende às sanções impostas pelos Estados Unidos após o fracasso das negociações para encerrar a guerra na Ucrânia.
De acordo com as fontes ouvidas pela Reuters, empresas petrolíferas nacionais chinesas como PetroChina, Sinopec, CNOOC e Zhenhua Oil vão se abster de negociar petróleo russo transportado por via marítima pelo menos no curto prazo, devido à preocupação com as sanções americanas.
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A China, que importa cerca de 1,4 milhão de barris de petróleo russo por dia por via marítima, compra a maior parte do volume por meio de refinarias independentes, geralmente pequenas operadoras. Já as compras de empresas estatais variam muito.
A Unipec, braço comercial da Sinopec, interrompeu as compras de petróleo russo na semana passada, depois que o Reino Unido incluiu a Rosneft, a Lukoil e diversos navios de frota paralela — além de entidades chinesas, incluindo uma grande refinaria — em sua lista de sanções.
A Rosneft e a Lukoil, que antes mantinham relações comerciais diretas com clientes asiáticos, passaram a vender a maior parte de seu petróleo por meio de intermediários, para tentar contornar as restrições ocidentais.
Enquanto isso, ainda segundo a Reuters, refinarias independentes chinesas devem interromper temporariamente as compras para avaliar o impacto das novas sanções, mas não devem encerrar totalmente o comércio.
Rússia diz ser imune a sanções dos EUA
Também nesta quinta, a Rússia afirmou que as novas sanções impostas pelos Estados Unidos à sua indústria petrolífera colocam em risco os esforços diplomáticos para encerrar a guerra na Ucrânia. Para o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a decisão de Washington envia uma "mensagem forte" ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, para que acabe com a guerra. O Kremlin acrescentou, no entanto, que o país está imune a essas medidas.
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O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na quarta-feira as sanções contra as companhias petrolíferas russas Rosneft e Lukoil, que juntas respondem por mais de 5% da produção global de petróleo, após lamentar que as conversas com Putin para pôr fim ao conflito na Ucrânia não estejam avançando. O republicano vinha resistindo há meses à imposição de restrições contra Moscou, mas sua paciência esgotou depois do fracasso de uma cúpula prevista com Putin em Budapeste.
"É uma mensagem forte e necessária de que a agressão não ficará sem resposta", escreveu Zelensky no X.
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Ao revelar as sanções ao petróleo, Scott Bessent, o secretário do Tesouro dos EUA, deixou claro que Washington estava mirando a capacidade da Rússia de financiar o que se tornou a maior guerra terrestre da Europa desde a Segunda Guerra Mundial e estava pronto para tomar novas medidas.
As sanções dos EUA incluem o congelamento de todos os ativos da Rosneft e da Lukoil nos Estados Unidos, assim como a proibição de todas as empresas americanas de fazer negócios com essas duas gigantes petroleiras russas.
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