
Para ministros, relação de Fux com colegas da 1ª turma estava insustentável
Para ministros, relação de Fux com colegas da 1ª turma estava insustentável
A decisão do ministro Luiz Fux de deixar a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e migrar para a 2ª Turma é mais do que uma simples movimentação administrativa na esteira da aposentadoria de Luís Roberto Barroso da Corte. Na avaliação de integrantes do STF ouvidos pelo blog, a relação de Fux com os demais colegas estava praticamente insustentável.
Segundo interlocutores, já não tinha mais clima nem ambiente para o ministro depois de seu voto divergente no julgamento do núcleo crucial da trama golpista, que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro por 4 votos a 1.
A divergência repercutiu muito entre os demais ministros e, de lá pra cá, a situação foi ficando muito ruim nos bastidores. O pedido de Fux tira o ministro dos próximos julgamentos do golpe.
A transferência para 2ª Turma, presidida por Gilmar Mendes, será decidida pelo presidente do STF, ministro Edson Fachin.
Se a mudança for acatada, a expectativa será a de saber como Fux vai se posicionar nos julgamentos que estão por lá.
Pedido de transferência
No documento enviado a Fachin nesta terça-feira (21), Fux cita o artigo 19 do Regimento Interno do STF para manifestar seu interesse em compor a 2ª Turma, "considerando a vaga aberta pela aposentadoria do Ministro Luís Roberto Barroso".
Fux integra atualmente a 1ª Turma, grupo responsável por julgar os réus da trama golpista. Também fazem parte os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino.
A 2ª Turma, para a qual Fux pede transferência, contava com Barroso e tem como membros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, André Mendonça e Nunes Marques.
Cada uma das turmas é composta por cinco dos 11 ministros do Supremo -- a exceção é o presidente, que fica fora dos grupos.
No início de setembro, a 1ª Turma condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus pela trama golpista. Fux foi o único voto vencido do placar de 4 a 1.
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