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Para Magda Chambriard, apagão expõe fragilidade nas linhas de transmissão

14/10/2025 14:57 O Globo - Rio/Política RJ

Magda Chambriard, presidente da Petrobras, defendeu maior investimento em linhas de transmissão no Brasil ao citar o apagão que afetou todas as regiões do país durante a madrugada desta terça-feira. Ela classificou o apagão como “relevante”.
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Segundo ela, as linhas de transmissão têm um “atraso gigantesco em termos de licenciamento ambiental”. Magda destacou que o Plano Decenal de Expansão de Energia 2034, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), prevê R$ 128 bilhões em investimentos em novas linhas de transmissão até 2034, com mais de 25 mil quilômetros.
Para a presidente da Petrobras, 70% das obras de linhas de transmissão em atraso dependem de licenciamento ambiental.
— Temos desafios a enfrentar. Não podemos falar em eletrificação, data centers e fazer a discussão sobre transição energética se a gente não falar em linhas de transmissão. Quem vai pagar pelo investimento em novas linhas? E quem vai licenciar isso? Sem isso, não tem elétron. Nesta noite, teve apagão, um apagão relevante. E sempre acontece nas pontas do sistema. É onde mais flutua e onde há mais dificuldade. Então, precisamos enfrentar as pontas do sistema — disse Magda.
Margem Equatorial
Ela participou de um evento na Firjan, no Centro do Rio, para marcar sua volta ao Conselho Empresarial de Petróleo e Gás da Firjan. Em sua apresentação, Magda voltou a defender a produção na Margem Equatorial. A estatal aguarda uma decisão final do Ibama para iniciar a perfuração do primeiro poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas.
— Não é incompatível querer desenvolver a Margem Equatorial brasileira no momento em que estamos fazendo a COP30. Se a gente quer viver melhor pela questão do clima, a gente quer também bem-estar social.
Incentivos para o Norte Fluminense
Magda defendeu ainda mais incentivos para o Norte Fluminense, que concentra a produção de petróleo no pós-sal do Brasil. Ela disse que a mudança feita pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), com a revisão da metodologia do preço de referência do petróleo, não levou em conta o tipo de óleo produzido em cidades como Macaé, Campos e São João da Barra.
Recentemente, a ANP revisou a metodologia do preço de referência para incorporar mudanças do mercado internacional e passou a considerar uma média de óleos com menor teor de enxofre (e mais leves), o que tende a elevar o preço de petróleos mais leves, como os do pré-sal. Com isso, regiões com petróleo mais pesado (ou com mais enxofre) tendem a ter um óleo menos valorizado.
— O preço de referência ainda não cobriu uma questão que considero essencial, que é o Norte Fluminense, que ficou desassistido porque é lá que acontece o pós-sal — um óleo pesado, produzido por muitos anos, que hoje vem de uma bacia madura e precisa de suporte — disse ela.
Segundo a presidente da Petrobras, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determinou que fossem feitos incentivos em campos maduros, com foco no Norte Fluminense.
— A ANP fez uma resolução identificando campos maduros e, em seguida, não tratou do incentivo. Isso ficou faltando. É importante avançar nisso. Temos uma dificuldade real de viabilizar investimentos no Norte Fluminense, que não merece ficar para trás. São projetos conhecidos e em curso, com equipamentos instalados e operando. Se deixarmos isso para trás, vamos deixar produção, receita, renda e emprego para trás. O Norte Fluminense continua existindo — afirmou.

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