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Olho tremendo sozinho intriga, mas costuma ter causa benigna

22/10/2025 12:58 O Globo - Rio/Política RJ

Movimentos involuntários na pálpebra, popularmente chamados de "olho tremendo sozinho", são comuns e, na maioria dos casos, não representam risco à saúde. O fenômeno, conhecido como mioquimia palpebral (tremor benigno da pálpebra), tende a ser temporário e está associado a fatores como estresse, fadiga, privação de sono e consumo excessivo de cafeína, conforme explica o oftalmologista Dr. Mateus Martins Cortez Vilar, do Vilar Hospital de Olhos, instituição que integra a rede Vision One.
"A mioquimia palpebral é um espasmo leve e involuntário do músculo orbicular, responsável pelo fechamento das pálpebras. Geralmente é imperceptível para outras pessoas, não provoca dor nem altera a visão e tende a desaparecer em dias ou poucas semanas", afirma o médico.
Apesar do desconforto, a condição raramente exige tratamento medicamentoso. Em muitos casos, ajustes comportamentais são suficientes. "Atendi uma paciente jovem, com mioquimia persistente na pálpebra inferior. Ela dormia pouco, consumia muita cafeína e passava horas no computador. Recomendamos reduzir o café, adotar pausas visuais periódicas e priorizar o sono. Em uma semana, o sintoma desapareceu", relata o Dr. Mateus.
O médico observa, no entanto, que o tremor palpebral pode ser agravado por algumas condições oculares, como olho seco, blefarite e uveíte. Em casos mais raros, quando o movimento atinge o globo ocular ou se espalha para outras áreas da face, a recomendação é investigar a possibilidade de distúrbios neurológicos, como nistagmo ou espasmo hemifacial. "O nistagmo, por exemplo, se manifesta por movimentos rítmicos e involuntários dos olhos e exige avaliação conjunta com neurologista", pontua.
Olho tremendo sozinho também pode ser sinal de blefaroespasmo e espasmo hemifacial
Diferenciar a mioquimia de outras condições é fundamental para evitar diagnósticos incorretos. "O blefaroespasmo é uma distonia que provoca contrações intensas e bilaterais nos olhos, podendo gerar até a chamada cegueira funcional, quando a pessoa não consegue mantê-los abertos. Já o espasmo hemifacial costuma iniciar ao redor dos olhos, estender-se a metade do rosto e pode persistir durante o sono, ao contrário da mioquimia, que tende a cessar nesse período", detalha o oftalmologista.
Em alguns quadros, o tremor palpebral pode vir acompanhado de sinais de alerta, como vermelhidão, dor, secreção, queda da pálpebra (ptose), visão dupla, tontura ou fraqueza muscular. "Nesses casos, a investigação deve ser ampliada. Se o espasmo durar semanas sem interrupção, ou se houver envolvimento de outras partes do rosto, é importante buscar avaliação oftalmológica e, em alguns casos, neurológica", conclui Dr. Mateus.

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