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O Agente Secreto é bom mesmo? Descubra por que o filme virou sensação

01/11/2025 14:00 A Tarde - Política

Desde sua estreia em festivais internacionais como os de Toronto, Nova York, Londres e San Sebastian, ‘O Agente Secreto’ — filme de Kleber Mendonça Filho estrelado por Wagner Moura — vem fazendo barulho ao redor do mundo. Não à toa, foi escolhido para representar o Brasil na corrida por uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional. A escolha não poderia ser mais acertada, pois o longa é puro cinema com cara de Brasil e de Oscar.Kleber emprega aqui, mais uma vez, características que fazem parte de sua assinatura — certeira e facilmente reconhecível por quem já teve algum contato com sua obra —, seja pela maneira paciente e perspicaz com a qual trabalha os movimentos de câmera e faz a trama avançar, pela habilidade em contar uma história que aborda temas atuais e que dialogam entre si de forma inteligente, ou por sua maneira singular de retratar um país que equilibra o orgulho nacional com a indignação diante das atrocidades que marcam a terra do “jeitinho brasileiro”, onde às vezes é preciso se proteger do próprio Brasil.Ambientado em 1977, O Agente Secreto abre com uma sequência brilhante que, em poucos minutos, expõe a realidade marcada pelo descaso com a vida e pela corrupção — cenário em que o protagonista está inserido. A partir desse ponto, desenrola-se a história de Marcelo (Wagner Moura), professor e pesquisador de uma universidade pública que foge para o Recife após eventos perigosos que colocaram sua vida em risco. O que ele não esperava, porém, era que esse refúgio estivesse longe de ser seguro e acabasse se tornando palco de um jogo de gato e rato violento.



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Kleber Mendonça Filho constrói um thriller calcado na paranoia sem nunca pisar no acelerador de maneira brusca ou equivocada. As escolhas narrativas do diretor ajudam a moldar uma atmosfera inquietante, sem perder a fluidez na condução dos acontecimentos e das revelações, que elevam gradativamente o suspense.Dentro desse cenário, o cineasta trabalha temas como o apagamento sistemático de pessoas e o impacto da falta de preservação da memória de um povo. É interessante observar, por exemplo, o quão simbólica é uma das cenas mais importantes do longa, que se passa no Cine Boa Vista — um dos cinemas de rua mais tradicionais do Recife. O local foi transformado no Banco de Sangue Hemato. O brilhantismo da escolha desse espaço está no fato de que o cinema é justamente uma das artes que mais contribuem para a manutenção da memória.O elenco de O Agente Secreto é outro ponto alto que faz toda a diferença. O destaque, claro, é de Wagner Moura. O trabalho do ator, que já provou ser dono de um talento e versatilidade que faltam em muitos artistas, casou perfeitamente bem com a direção de Kleber Mendonça. O baiano dá vida a um protagonista carismático e vai inserindo pequenas nuances de maneira calma e assertiva. Além disso, Wagner encontra o tom ideal nos momentos de demonstrar sentimentos como medo, angústia e desespero.A peça do

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