Nobel da Paz: Lista mostra vencedores que não compareceram à premiação em Oslo; veja
Assim como a opositora venezuelana María Corina Machado, que está na clandestinidade e não deve receber pessoalmente o Prêmio Nobel da Paz nesta quarta-feira em Oslo, outros laureados também não compareceram à cerimônia de entrega.
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As razões para isso são variadas, mas incluem, na maioria, dissidentes de regimes políticos então no poder, sendo alvos de perseguição. Em outros casos, a ausência aconteceu por escolha própria, a fim de escapar de protestos e manifestações contrárias.
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Veja a lista:
Narges Mohammadi (2023)
A ativista iraniana, contrária ao uso obrigatório do véu e à pena de morte, estava detida na penitenciária de Evin, em Teerã, quando recebeu o prêmio. Seus filhos gêmeos de 17 anos, exilados na França, receberam o Nobel da Paz em seu nome e leram um discurso que ela enviou de sua cela.Narges Mohammadi passou para o regime de liberdade provisória por razões médicas no final de 2024.
Ativista iraniana Narges Mohammadi anunciou que fará greve de fome
Narges Mohammadi Foundation/AFP
Ales Bialiatski (2022)
Ales Bialiatski, fundador e diretor por muitos anos da Viasna, o principal grupo de defesa dos direitos humanos da Bielorrússia, estava preso quando recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Um ano depois, ele foi condenado a 10 anos de prisão pelo financiamento de ações coletivas que, segundo as autoridades, "atentavam gravemente contra a ordem pública". Na cerimônia de entrega, foi representado por sua esposa.
Liu Xiaobo (2010)
Quando o Nobel foi entregue ao dissidente chinês, que estava preso, a cadeira ficou simbolicamente vazia. Ele não pôde ser representado nem por sua esposa, Liu Xia, que estava em prisão domiciliar, nem por seus três irmãos, que não foram autorizados a deixar a China. O escritor e professor de Literatura foi uma figura de destaque do movimento democrático de Tiananmen (Praça da Paz Celestial) em 1989 e um crítico declarado do regime comunista. Em maio de 2017, obteve liberdade condicional após ser diagnosticado com um câncer em fase terminal. Faleceu em julho do mesmo ano.
Aung San Suu Kyi (1991)
A dissidente do regime de Myanmar, estava em prisão domiciliar quando recebeu o prêmio. A junta militar no poder permitiu que ela viajasse a Oslo, mas Suu Kyi preferiu permanecer por medo de não conseguir voltar. Na cerimônia, também foi colocada uma cadeira vazia no palco e seu marido e seus dois filhos receberam o prêmio em seu nome.
Aung San Suu Kyi, ex-dirigente de Myanmar, durante recepção no Palácio Presidencial de Naypyidaw em 2020
AFP
Lech Walesa (1983)
Embora estivesse em liberdade quando recebeu o prêmio em 1983, Lech Walesa, que liderava clandestinamente o sindicato 'Solidarnosc', decidiu não comparecer à cerimônia por receio de não poder retornar à Polônia. Ele foi representado por sua esposa e seu filho.
Andrei Sakharov (1975)
O físico e dissidente foi laureado por seu trabalho em favor dos direitos humanos, mas não pôde comparecer à cerimônia de entrega do prêmio porque a União Soviética vetou sua saída do país. Foi representado por sua esposa, Yelena Bonner, também ativista dos direitos humanos.
Henry Kissinger e Le Duc Tho (1973)
O Nobel da Paz de 1973, um dos mais polêmicos da história, foi concedido na ausência de seus dois laureados, premiados por uma efêmera trégua no Vietnã. Le Duc Tho rejeitou o prêmio, alegando que a trégua não era respeitada, enquanto Henry Kissinger não viajou a Oslo por medo de manifestações.
Carl von Ossietzky (1935)
Quando recebeu o prêmio, o jornalista pacifista alemão, detido em 1933 durante a operação contra os opositores que se seguiu ao incêndio do Reichstag, estava em um campo de concentração nazista. O opositor do regime morreu em 1938 no hospital, enquanto ainda permanecia detido.
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