Sabalenka diz ser 'injusto' permitir mulheres trans em competições femininas e critica regras da WTA
A número 1 do ranking mundial, Aryna Sabalenka, classificou como “injusto” o atual regulamento da WTA que permite a participação de mulheres trans em competições femininas sob critérios específicos. A declaração foi dada na noite de terça-feira, durante entrevista ao apresentador britânico Piers Morgan, e reacende um debate sensível no esporte de alto rendimento.
Após aposentadoria, Gareth Bale rompe silêncio sobre passagem no Real Madrid: 'Fui ingênuo'
Questionada se concordava com a posição de Martina Navratilova — ex-número 1 e crítica histórica da inclusão de atletas trans no circuito feminino —, Sabalenka afirmou considerar que o tema envolve respeito, mas também equidade competitiva.
— É uma questão delicada. Não tenho nada contra elas, mas sinto que têm uma enorme vantagem sobre mulheres que não passaram por transição de gênero — disse a bielorrussa.
Segundo a tenista, permitir que atletas trans enfrentem jogadoras cisgênero fere a integridade esportiva.
— Uma mulher trabalha toda a sua vida para superar limites e, de repente, tem que enfrentar alguém biologicamente muito mais forte. Não estou de acordo com esse tipo de coisa no esporte — afirmou.
As regras da WTA autorizam a participação de mulheres trans desde que sejam atendidos critérios médicos rígidos, incluindo a comprovação de que os níveis de testosterona permaneceram abaixo de 2,5 nanomoles por litro durante os dois anos anteriores à inscrição. As candidatas também precisam enviar declaração de identidade de gênero feminina ou não binária. Na prática, porém, nenhuma atleta trans figura atualmente na elite do circuito.
O tema volta ao centro das discussões às vésperas da partida de exibição entre Sabalenka e o australiano Nick Kyrgios, marcada para 28 de dezembro, em Dubai, no evento denominado “Batalha dos Sexos”.
A história do tênis registra poucos casos de atletas trans em alto nível. A americana Renée Richards, nascida Richard Raskind em 1934, competiu no US Open masculino nos anos 1950 e, após transição, teve segunda carreira no circuito feminino entre o fim dos anos 1970 e o início da década seguinte. Mais tarde, treinou jogadoras como a própria Navratilova.
Fonte original: abrir