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Neymar completa 2 anos longe da seleção, e volta fica cada vez mais distante

17/10/2025 05:01 O Globo - Rio/Política RJ

Quando Neymar rompeu o ligamento e o menisco do joelho esquerdo, contra o Uruguai, em outubro de 2023, ficou a certeza de que ele não voltaria tão cedo aos gramados e a dúvida de como se daria seu retorno. Dois anos depois, o atacante segue fora da seleção. E os questionamentos já não são mais em torno de que condições tornará a vestir a Amarelinha. Mas, sim, se ainda o veremos com ela de novo.
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Não que a seleção tenha sido tão bem-sucedida em sua missão de seguir em frente sem o camisa 10 a ponto de hoje estar melhor sem ele. Em todas as vezes em que foi perguntado sobre o jogador, o técnico Carlo Ancelotti sempre fez questão de deixar as portas abertas para seu retorno — desde de que esteja bem fisicamente. O que ainda não ocorreu nestes dois anos.
Um dado ilustra bem a situação do atacante de 33 anos. Nos últimos 731 dias, em 529 Neymar esteve fora por lesão (é o caso de agora). Isso equivale a 72% do período, quase três quartos.
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O primeiro ano pós-ruptura do LCA e do menisco foi totalmente comprometido pela recuperação da artroscopia, o que já era esperado. Só que os 12 meses seguintes foram marcados por novas lesões. Desde seu primeiro retorno aos campos, ainda pelo Al-Hilal, em outubro do ano passado, o atacante voltou a ficar fora de combate mais quatro vezes, totalizando 162 dias.
Esta dificuldade de ter uma sequência tem atrapalhado sua passagem pelo Santos. Desde a reestreia do camisa 10, o Peixe foi a campo 37 vezes. Mas só contou com ele em 21 partidas, sendo 17 como titular. Como em quatro delas atuou por 45 minutos ou menos, soma apenas 1.514 jogados (é o 11º do elenco neste quesito).
Dos 16 jogos do Santos sem Neymar, em dois o motivo da ausência foi suspensão. Nos demais, ele estava contundido.
A 2ª passagem de Neymar pelo Santos
21 partidas (17 como titular)
6 gols
3 assistências
14 jogos perdidos por lesão
Na última quarta, diante do Corinthians, o Santos disputou seu quinto clássico seguido sem Neymar, que se recupera de uma contusão na coxa direita. Até agora ele só esteve em campo em um, justamente contra o rival alvinegro, em fevereiro, pelo Paulista (derrota por 2 a 1).
Os números de participações em gols estão longe de refletir o protagonismo que se espera dele na Vila Belmiro. Até agora, Neymar balançou as redes seis vezes (sendo três pelo Paulista, onde o nível técnico dos adversários é mais baixo) e deu três assistências (todas no Estadual).
Neymar sofreu grave lesão no joelho esquerdo em sua última partida pela seleção, contra o Uruguai
Pablo PORCIUNCULA / AFP
Nas três convocações feitas por Ancelotti desde que assumiu a seleção, apenas em uma delas Neymar vinha de uma sequência de partidas pelo Santos. Foi também a que rendeu polêmica. O italiano falou em problema físico para justificar a ausência do santista. Só que Neymar não tinha lesão. No jogo seguinte pelo clube, disse ter sido preterido por uma escolha técnica, o que o treinador reconheceu dias depois.
— O Ancelotti adota um discurso que é coerente. Mas que, por vezes, induz as pessoas a uma interpretação um pouco enganosa. Confundem o estar bem fisicamente com não ter problema clínico e estar apto a atuar por 90 minutos. Isso o Neymar já fez e não foi suficiente para estar melhor que concorrentes na posição e nem convencer de que está em condição de um enfrentamento com a elite do futebol. No Campeonato Brasileiro ele não tem conseguido ser influente — reflete o colunista do GLOBO Carlos Eduardo Mansur.
— O “bem fisicamente” está ligado à melhoria dele no potencial de causar impacto no jogo pelo desempenho técnico. Essas coisas estão interligadas. Ele precisa estar num nível físico em que é capaz de fazer o que um jogador como ele faz para ser influente no jogo. Só o Neymar metedor de bolas, mas com dificuldade de driblar, que não ganha na arrancada, que você não pode confiar uma função sem bola, isso na seleção, numa Copa, não acrescenta.
Desde a lesão de Neymar contra o Uruguai, a seleção já disputou 24 jogos. Venceu dez, empatou oito e perdeu outros seis, com 37 gols marcados. Sem uma figura que exercia o protagonismo como o camisa 10 santista, a liderança de gols e assistências foi dividida.
A artilharia nestes últimos dois anos é compartilhada entre Raphinha, Vini Jr e Rodrygo, com cinco gols cada. O camisa 7 do Real Madrid também está entre os maiores garçons deste período, ao lado de Lucas Paquetá e de Bruno Guimarães. Cada um deles registra três assistências.
Mas o protagonismo passou a ser exercido não por um jogador, e sim por Ancelotti. Desde que assumiu, o treinador passou a ser o centro das atenções. Até aqui, tem procurado dar à seleção

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