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Montadoras chinesas que já produzem carros no Brasil afirmam estar livres da 'crise dos chips'

24/10/2025 15:35 O Globo - Rio/Política RJ

As montadoras chinesas que já começaram a produzir veículos no Brasil, a BYD e a GWM, informaram que a possibilidade de uma nova crise na cadeia de fornecimento de semicondutores não vai atingir suas linhas de produção no país. As duas empresas recebem chips diretamente de suas matrizes, na China, o que garante o abastecimento desses itens usados em diferentes funções do veículo, como o gerenciamento do motor, freios, airbags, sistemas de entretenimento, entre outros.
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Ontem, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa as montadoras instaladas no país, alertou o governo sobre o risco de paralisação da produção de veículos no Brasil, nas próximas duas a três semanas, devido à escassez de semicondutores.
Uma crise geopolítica na Nexperia, empresa que fornece cerca de 60% de sua produção de semicondutores para a indústria automotiva, pode afetar o fornecimento desses itens, alertou a Anfavea. As duas montadoras chinesas não são associadas da entidade.
"Não temos risco em nosso fornecimento, que é realizado pela matriz da GWM, na China", declarou a GWM em nota.
Já a BYD reforçou que, por "sua forte estratégia de integração vertical, produzindo internamente a maior parte dos componentes essenciais, o abastecimento de semicondutores não será afetado", disse a empresa em nota.
A GWM inaugurou, em agosto, sua produção local de veículos, na antiga unidade da Ford, na cidade de Iracemápolis, interior de São Paulo. Ali serão fabricados os SUVs Haval 6, em versões híbridas e plug in, além da picape Poer e o Haval H9, ambas em versões a diesel. A empresa anunciou recentemente uma série de investimentos e parcerias para garantir o abastecimento de chips.
Para reforçar o abastecimento de semicondutores, a GWM fechou parceria com a fabricante chinesa de chips Horizon Robotics, líder em chips de IA, para direção inteligente e funções de cabines inteligentes nos veículos.
Também adquiriu a Wuxi Xindong, empresa fabricante de semicondutores, ampliando sua atuação nesse segmento. Além disso, a empresa anunciou investimentos em semicondutores de terceira geração, que oferecem maior eficiência, estabilidade e desempenho em comparação com gerações anteriores, já utilizados em sua marca de carros elétricos de ponta, a Shalong.
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Já a BYD começou em outubro sua produção no Polo Petroquímico de Camaçari, em uma área que faz parte do terreno antes utilizado pela também empresa automobilística Ford, que encerrou as atividades no Brasil em 2021. Ali serão produzidos o elétrico Dolphin Mini, além dos híbridos Song e King.
Em junho passado, a BYD Semicondutores, braço da empresa que atua na fabricação desses componentes, assinou um acordo de investimento estratégico com o Xiaomi Changjiang Industry Fund para ampliar pesquisas e desenvolvimento, contratar pessoal e ampliar sua produção.
O projeto de aumento de capital e expansão da BYD Semiconductor atraiu outros 30 investidores estratégicos, financeiros e industriais, dada a importância do setor. Durante a pandemia, a BYD não teve problemas de abastecimento de chips, com a quebra das cadeia de fornecimento, já que desenvolveu grande parte de sua tecnologia internamente.
Outros setores seguem sem dificuldades
Outros setores consultados pelo GLOBO que também utilizam chips em seus produtos ainda não relataram dificuldades no fornecimento de semicondutores. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, que reúne mais de 400 empresas fabricantes de equipamentos elétricos e eletrônicos no país, informou que seus associados ainda não relataram falta de chips.
“Até o momento, as empresas associadas da Abinee não relataram dificuldades em relação ao fornecimento de semicondutores devido às recentes tensões geopolíticas. A associação e as fabricantes permanecem monitorando a situação", informou a entidade em nota.
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O presidente executivo da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos(Eletros), Jorge Nascimento, também informou que por enquanto não teve informações de seus associados de falta de componentes.
— Nenhuma das nossas associadas apresentou até o momento problemas relacionados a isso — disse ao GLOBO.
Retomada do fornecimento de chips na China
De acordo com informações da agência de notícias Reuters, a unidade chinesa da Nexperia retomou o fornecimento de semicondutores para distribuidores locais. Pequim proibiu as exportações após uma disputa sobre propriedade intelectual com a Holanda, maior acionista da empresa.
A unidade chinesa também instruiu os distribuidores a realizar transações com seus clientes apenas em iuan, a moeda chinesa, em uma apa

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