COP30 chega a 132 países com hospedagem confirmada e alcança mínimo necessário de delegações para validar decisões
A Secretaria Extraordinária para a COP30 (Secop) anunciou nesta sexta-feira que chegou a 132 o número de países com hospedagem confirmada em Belém para o evento, que ocorre entre os dias 10 e 21 de novembro na capital paraense. O valor alcançado corresponde ao mínimo de nações necessárias para validar as decisões da conferência sobre o clima. Outros 49 países negociam acomodações na cidade.
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Um balanço anterior, de 24 de setembro, mostrava 87 nações com a hospedagem garantida para a COP30. O número foi mantido na atualização de 7 de outubro.
Especialistas ouvidos pelo GLOBO temem que o cenário de crise de hospedagem, aliado a dilemas não resolvidos nas duas conferências anteriores e um plano de metas abrangente proposto pela presidência do evento, impactem diretamente na indefinição de uma pauta prioritária e nos resultados concretos do encontro global, que já está sob a sombra do esvaziamento.
Na quinta-feira, o presidente da conferência, o embaixador André Corrêa do Lago, afirmou que esta edição do encontro precisa ser conhecida como a "COP da adaptação climática", um tema caro aos países em desenvolvimento, e afirmou que essas nações já tem presença garantida ali.
Em entrevista coletiva, o embaixador disse ter conseguido recursos privados "de filantropia" para bancar custos de viagem das delegações dos países mais pobres e vulneráveis. A medida foi tomada para atenuar a crise de hospedagem no evento, com o inflacionamento de diárias de hotel e casas para aluguel.
— O governo brasileiro conseguiu recursos privados muito generosos para que a gente possa pagar três quartos para cada um dos países que estão na lista daqueles em menor desenvolvimento relativo (LDCs), para as pequenas nações ilhas (SIDSs) e para o conjunto de países africanos — disse. — Isso se junta a um apoio que a CAF, o Banco de Desenvolvimento da América Latina, já tinha oferecido para delegados latinoamericanos e do Caribe.
Corrêa do Lago afirmou estar confiante de que a medida vai garantir que a COP 30 não sofra um problema de esvaziamento político.
— Eu acho que isso vai ser uma coisa determinante para ter uma taxa de presença na COP próxima à de todos os membros da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC) — afirmou.
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