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Júri popular de PM acusado de matar e forjar suicídio do sobrinho começa na segunda em Porto Alegre

24/10/2025 21:33 O Globo - Rio/Política RJ

Na próxima segunda-feira, 27 de outubro, terá início o julgamento do policial militar da reserva Jeverson Olmiro Lopes Goulart, acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) de matar o sobrinho Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, de 12 anos, e simular um suicídio, em 2016. O júri será realizado na 1ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre e marca um desfecho aguardado há quase uma década pela família do menino.
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O MPRS sustenta que o crime, ocorrido em 2016 na Zona Sul de Porto Alegre, foi cometido dentro do apartamento da família e que o local foi manipulado para parecer um suicídio, com o objetivo de ocultar o abuso sexual praticado contra a vítima. O réu responde ao processo em liberdade.
A acusação será conduzida pelos promotores de Justiça Lúcia Helena Callegari, que acompanha o caso desde o início, e Eugênio Paes Amorim, do Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ). O órgão denunciou Goulart por homicídio duplamente qualificado e estupro de vulnerável, com base em provas e depoimentos de 20 testemunhas colhidos durante a investigação.
Para a promotora Lúcia Helena Callegari, “a atuação firme da instituição e a mobilização da mãe da vítima, bem como da imprensa, foram decisivas para que o caso chegasse ao julgamento”.
Entenda o caso
O menino Andrei Goulart, de 12 anos, foi encontrado morto em 30 de novembro de 2016, em sua cama, com um disparo de arma de fogo na testa. O quarto era dividido com o tio, que alegou ter sido um suicídio. A Polícia Civil inicialmente tratou o caso como acidente, e o inquérito foi arquivado.
A mãe de Andrei, Cátia Goulart, nunca aceitou a versão oficial e passou anos pedindo a reabertura das investigações. Em 2020, o Ministério Público revisou as provas e concluiu que havia indícios de homicídio e abuso sexual, oferecendo nova denúncia contra o tio.
Em junho de 2025, o Tribunal de Justiça do RS confirmou que Goulart seria levado a júri popular. Na época, Cátia comemorou a decisão:
— É uma carga de emoção. Euforia no meio da tristeza. Ainda estou processando a notícia, porque é algo que aguardamos há seis anos e cinco meses. Sabemos também que ele vai para júri popular, então ainda há incerteza se ele vai ser condenado — disse.
O MPRS reforça que casos de violência contra crianças e adolescentes podem ser denunciados por meio do 190, do Conselho Tutelar, da Promotoria de Justiça ou pelo Disque 100, com garantia de sigilo e resposta rápida.
O júri popular de Jeverson Goulart será transmitido ao vivo pelo canal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) no YouTube.

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