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Cortes na Meta atingem funcionários responsáveis por monitorar riscos à privacidade dos usuários

24/10/2025 15:24 O Globo - Rio/Política RJ

O corte de pessoal anunciado pela Meta em comunicado interno a funcionários nesta semana atinge também o departamento de revisão de riscos, que trata da privacidade dos usuários, segundo fontes ouvida pelo New York Times.
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Em uma mensagem enviada aos funcionários na última quarta-feira, o diretor de inteligência artificial da Meta, Alexandr Wang, disse que a empresa demitirá 600 pessoas de sua divisão. De acordo com ele, os cortes ajudarão a acelerar a produção de novos produtos.
No entanto, essa não será a única equipe atingida pela redução da folha. A empresa também dispensou mais de 100 funcionários do departamento de revisão de riscos.
Esse setor é formado, em sua maioria, por profissionais responsáveis por garantir que os produtos da Meta estejam em conformidade com o acordo firmado com a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) e com as normas de privacidade impostas por órgãos reguladores em todo o mundo, afirmaram as fontes.
Em nota enviada aos funcionários, Michel Protti, diretor de privacidade da Meta, afirmou que a empresa reduziria a equipe de risco e substituiria a maior parte das revisões manuais por sistemas automatizados.
"Ao migrar de revisões manuais e personalizadas para um processo mais consistente e automatizado, conseguimos oferecer resultados de conformidade mais precisos e confiáveis em toda a Meta", disse Protti no comunicado. "Continuamos comprometidos em oferecer produtos inovadores, ao mesmo tempo em que atendemos às nossas obrigações regulatórias", completou o diretor.
Protti não especificou quantos cargos foram cortados. Mas, de acordo com dois funcionários, as demissões foram descritas como um verdadeiro "esvaziamento" da equipe responsável por revisar projetos da Meta em busca de riscos de privacidade e integridade. A empresa está demitindo boa parte dos trabalhadores da equipe de revisão de risco em seu escritório de Londres e provavelmente mais de 100 pessoas em toda a organização de risco.
"Realizamos rotineiramente mudanças organizacionais e estamos reestruturando nossa equipe para refletir a maturidade do nosso programa e inovar mais rápido, mantendo altos padrões de conformidade", disse um porta-voz da Meta em comunicado. Alguns detalhes sobre as demissões já haviam sido divulgados anteriormente pelo Business Insider.
Fundador e CEO da Meta, Mark Zuckerberg, no Meta Connect em Menlo Park, Califórnia, em 17 de setembro de 2025
Jason Henry / The New York Times
As mudanças acontecem em meio a uma ampla reestruturação organizacional da Meta. Mark Zuckerberg, CEO da empresa, passou os últimos três anos promovendo transformações internas enquanto tenta competir com novos rivais, como a OpenAI, criadora do chatbot ChatGPT.
Mesmo com as mudanças, executivos da Meta têm se mostrado frustrados com o ritmo de desenvolvimento de produtos, segundo três fontes ouvidas pelo Times. Uma das divisões que mais atrasava esse processo era justamente a de risco da empresa.
Em 2019, a FTC exigiu que a Meta — então ainda chamada Facebook — criasse novos cargos e práticas para aumentar a transparência e a responsabilidade sobre como a empresa trata as informações dos usuários. O órgão também aplicou uma multa recorde de US$ 5 bilhões contra o Facebook por enganar usuários sobre o controle que tinham sobre a privacidade de seus dados pessoais.
A divisão de risco é responsável por supervisionar e auditar todos os novos produtos, avaliando possíveis ameaças à privacidade dos usuários ou mudanças que possam violar o acordo firmado com a FTC em 2019.
Em 2020, Protti afirmou que as mudanças trariam "um novo nível de responsabilidade" e garantiriam que a privacidade fosse "responsabilidade de todos no Facebook".
Funcionários atuais e ex-funcionários da divisão de risco disseram duvidar que substituir pessoas por sistemas automatizados seja tão eficaz, especialmente em questões sensíveis como a privacidade do usuário. A Meta passou boa parte da última década sob vigilância rigorosa da FTC e do Departamento de Justiça dos EUA, além de enfrentar forte escrutínio de órgãos reguladores na Europa.
No último ano, a Meta começou a introduzir gradualmente a automação em seu processo de auditoria de risco, dividindo os possíveis problemas em duas categorias. Atualizações consideradas de "baixo risco" em novos produtos passaram a ser revisadas automaticamente e, depois, auditadas por humanos. Questões classificadas como de "alto ou novo risco" continuaram sendo analisadas diretamente por auditores humanos, segundo duas pessoas familiarizadas com o processo.
Em agosto, a Meta dividiu sua divisão de inteligência artificial em quatro partes: FAIR, o setor de pesquisa da empresa; TBD Labs, que trabalha no desenvolvimento de sistemas de "superinteligência" em IA; uma divisão focada em criação de novos produtos; e um

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