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Lula anuncia que Brasil quer integrar associação de países do sudeste asiático

24/10/2025 18:45 O Globo - Rio/Política RJ

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira, que o Brasil trbalha para ser membro pleno da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). O líder brasileiro está em viagem à região em busca da aproximação política com os países e a possibilidade de expansão do comércio brasileiro com um mercado de 608 milhões de habitantes.
A declaração foi dada após reunião com o secretário-geral da entidade, Kao Kim Hourn, em Jacarta, capital da Indonésia. O Brasil é o único país latino-americano a manter Parceria de Diálogo Setorial com a Asean, estabelecida em 2023, com iniciativas de coordenação política e de cooperação multissetorial.
— O Brasil trabalha para ser membro pleno da Asean. O Brasil tem de acreditar na sua economia, nós vivemos um bom momento econômico brasileiro — disse Lula — E por isso continuo viajando para ver se a gente aumenta a nossa balança comercial, a nossa reserva em dólares, nossos investimentos também no exterior e atrair novos investimentos para o Brasil.
Na sequência, Lula embarcou para Kuala Lumpur, na Malásia. Lá, a programação inclui participações na cúpula da Asean e no encontro de líderes do Leste Asiático (EAS), além de um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Será a primeira vez que um chefe de Estado brasileiro participará dessa cúpula.
O que é a Asean
Fundada em 1967 por Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e Tailândia, a Asean é uma organização regional que promove a cooperação econômica, política, de segurança e sociocultural entre os seus membros. Além dos países fundadores, o bloco é composto também por Brunei, Laos, Mianmar, pelo Vietnã, Camboja e, durante esta próxima cúpula, receberá formalmente a adesão do Timor Leste, que se tornará o 11º membro.
O comércio do Brasil com os países da Asean superou US$ 37 bilhões no ano passado e continua crescendo. Segundo a Agência Brasil, se fosse um único país, a Asean seria o quinto principal parceiro comercial do Brasil, atrás da China, União Europeia, dos Estados Unidos e da Argentina.
Durante o encontro com Kao Kim Hourn, Lula ressaltou que os projetos de cooperação para o desenvolvimento aproximam o Brasil e os países da organização. O brasileiro frisou que a cooperação em bioenergia tem grande potencial e afirmou que, em 2026, pretende ampliar a pauta para as áreas de saúde e educação.
Lula ainda convidou o presidente da Asean para participar da Cúpula de Líderes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém nos dias 6 e 7 de novembro. A associação asiática terá um pavilhão na COP30 e tem a intenção de criar um grupo de negociação no âmbito da conferência do clima no Brasil.
Visita oficial
Nesta quinta-feira, Lula foi recebido em visita oficial pelo presidente da Indonésia, Prabowo Subianto. Na ocasião foi adotado um comunicado conjunto e firmados oito acordos em áreas como minas e energia, agricultura, ciência e tecnologia e estatística. Foram, ainda, assinados diversos instrumentos entre setores privados dos dois países, com ênfase na área de transição energética.
O brasileiro também participou do encerramento do encontro empresarial, que reuniu cerca de 400 participantes de ambos os países. Para Lula, a balança comercial de US$ 6,3 bilhões entre Brasil e Indonésia é pequena diante da dimensão das suas economias e populações.
— Falta um pouco mais de entusiasmo dos países, entusiasmo dos nossos empresários. É por isso que eu quero agradecer aos empresários brasileiros que vieram — disse Lula.

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