'Mestre das Armas': quem é o maior traficante de armamentos da América do Sul
O argentino Diego Hernan Dirísio, conhecido como “Mestre das Armas”, está no centro de uma disputa judicial entre Brasil e Argentina. Preso pela Interpol em fevereiro de 2024, ele é apontado pela Polícia Federal (PF) como o maior traficante de armamentos da América do Sul. A Justiça Federal da Bahia solicitou sua extradição, junto com a mulher, Julieta Vanessa Nardi Aranda, para que ambos respondam pelos crimes em território brasileiro.
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A operação que levou à prisão de Dirísio faz parte da investigação “Dakovo”, deflagrada pela PF em dezembro de 2023. O argentino era o principal alvo da ação, mas conseguiu escapar e passou a integrar a lista da Difusão Vermelha da Interpol. Segundo as investigações, ele chefiava um esquema que movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão em três anos, com a venda de armas e munições a facções criminosas brasileiras.
Diego Dirisio e a mulher Julieta Vanessa Nardi Aranda
Polícia Federal
De acordo com a PF, o “Mestre das Armas” teria fornecido cerca de 43 mil armamentos ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e ao Comando Vermelho (CV), principais organizações criminosas do país. O esquema operava por meio da empresa International Auto Supply (IAS), com sede em Assunção, no Paraguai, que comprava pistolas, fuzis e rifles de fabricantes da Croácia, Eslovênia, República Tcheca e Turquia. As armas eram revendidas ilegalmente a grupos no Brasil por meio de empresas de fachada e doleiros que atuavam também em Miami, nos Estados Unidos.
As investigações tiveram início em 2020, após a apreensão de 23 pistolas e dois fuzis pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Vitória da Conquista, na Bahia. A partir da numeração raspada das armas, a PF conseguiu rastrear a origem do material e identificar o vínculo com a empresa de Dirísio. A partir daí, descobriu-se uma rede internacional de contrabando de armas que envolvia intermediários, documentos falsos e rotas complexas de transporte entre a Europa, o Paraguai e o Brasil.
Segundo a PF, desde 2020, 659 fuzis e pistolas entregues pelo grupo aos criminosos foram apreendidas em dez estados brasileiro, entre eles Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Bahia. Ainda de acordo com os investigadores, o esquema comandado por Dirísio envolvia doleiros e empresas de fachada no Paraguai e em Miami, nos Estados Unidos. As investigações apontam que os suspeitos em solo americano atuavam na parte financeira do esquema, realizando o pagamento das armas para os fabricantes no Leste Europeu: Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
O governo brasileiro quer a extradição de Dirísio, que atualmente cumpre prisão preventiva na Argentina, para que seja julgado e cumpra pena no Brasil.
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