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Lula e Trump: o que é a ‘química’ nas relações humanas?

16/10/2025 14:38 O Globo - Rio/Política RJ

Ao falar sobre a conversa que teve por telefone com o presidente americano Donald Trump, o mandatário brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) brincou que "não pintou uma química, pintou uma indústria petroquímica”, no sentido de maximizar a analogia. Pouco antes, na Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas (ONU), Trump também havia dito que ele e o presidente do Brasil tiveram uma "química excelente".
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O termo “química” aparece com frequência quando políticos falam de suas relações uns com os outros, especialmente para descrever uma certa afinidade que seria natural e espontânea entre eles. Mas afinal, o que é a “química” nos relacionamentos humanos? E o quanto ela é explicada pela ciência?
Segundo um artigo publicado pela Associação para Ciência da Psicologia, referências literárias à química interpessoal aparecem desde 1590, embora ainda seja um campo pouco explorado pelos cientistas. Mesmo assim, alguns buscam compreender os mecanismos por trás desse fenômeno.
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Em um estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Rochester e da Califórnia, nos Estados Unidos, na revista Perspectives on Psychological Science, os autores propõem um modelo conceitual para definir o que é a química interpessoal.
De acordo com os autores, o modelo parte da noção de que, “quando duas ou mais pessoas experimentam química entre si, elas vivenciam a interação como algo que vai além da soma de suas contribuições individuais”.
Para eles, a “química” abrange dois principais fatores: o comportamento e a percepção. Enquanto o comportamento envolve sequências de interação em que há alta sincronia entre as partes, e nas quais os objetivos das pessoas são expressos e atendidos de maneira solidária, a percepção inclui componentes cognitivos e afetivos.
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Eles afirmam que algumas características da “química” é que ela demanda necessariamente uma interação entre as partes e que é definida como algo mais amplo do que apenas gostar, geralmente englobando a sensação de que a relação é especial e diferente das demais.
Além disso, os pesquisadores dizem que há diversos aspectos dessa relação interpessoal que envolvem a linguagem corporal, como contato visual, expressões faciais parecidas e movimentos sincronizados, que por vezes ocorrem fora do consciente das pessoas envolvidas.
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Embora a “química” vá além das características individuais de cada um, os cientistas afirmam haver certos traços pessoais que podem contribuir para o desenvolvimento do fenômeno, como altos níveis de atratividade, calor humano, capacidade de empatia e metas pessoais.
Por fim, o modelo propõe que as percepções de química são influenciadas pelas projeções que as pessoas fazem de seus próprios pensamentos e crenças sobre os outros, o que pode ser mais influente no início da relação, antes de momentos de maior conexão acontecerem.

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