Lula afirma estar otimista para encontro com Trump e espera esclarecer 'equívoco das taxações'; vídeo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou estar otimista para o encontro com Donald Trump, no domingo. Na última coletiva de imprensa na Indonésia, partindo em seguida para a Malásia, Lula afirmou que não haverá veto a qualquer assunto para negociar com os Estados Unidos, mas que a prioridade será esclarecer o equívoco das taxações contra o país pela Casa Branca e as sanções contra autoridades brasileiras (veja a entrevista completa no vídeo, ao final desta matéria).
Depois de celebrar os pontos positivos da visita a Jacarta, ressaltando a realização de oito acordos comerciais que poderão incrementar a parceria entre os dois países - que atualmente movimenta cerca de US$ 6 bilhões, segundo o presidente - Lula focou sua fala na reação com os Estados Unidos.
- Estou convencido que a gente pode avançar muito [nas negociações] e voltar a uma relação civilizada com os EUA, que já temos há 201 anos. O presidente Trump sabe que o preço da carne lá está muito alto e precisa baixar, sabe que o cafezinho vai ficando caro. Eu quero ter a oportunidade de dizer para o Trump o que o Brasil espera dos EUA e dizer o que nós temos para oferecer. Não existe veto a nenhum assunto.
Lula não especificou o que, exatamente, o Brasil poderá oferecer aos EUA nas negociações, mas afirmou que estará aberto a discutir o que Trump colocar à mesa, "de Gaza a Ucrânia, a Rússia, a Venezuela, minerais críticos, terras-raras".
O presidente reforçou o empenho em resolver a questão das taxações: - Essa taxação não é verídica. A tese pela qual se taxou o Brasil não tem sustentação e e nenhuma verdade. Os EUA têm superavit de US$ 410 bilhões em 15 anos com o Brasil.
Soberania dos países
Sobre as ações militares norte-americanas no Caribe, com a justificativa de combate ao narcotráfico, Lula ressaltou a importância de se preservar a soberania dos países.
- É muito melhor os EUA se disporem a conversar com a polícias dos países, com o Ministério da Justiça de cada país, para fazermos ações conjuntas. Porque se a moda pega, cada um acha que pode invadir o território do outro para fazer o que quer, onde vai surgir a palavra respeitabilidade à soberania dos outros países?
A liberação da exploração de petróleo na Margem Equatorial, às vésperas da COP30, também foi pauta da entrevista. Lula destacou que o Brasil é um dos países que "mais tem energia renovável no Planeta Terra".
- A Petrobras tem expertise em prospecção de petróleo em águas profundas. Não tem histórico da Petrobras com vazamento de petróleo em lugar nenhum. Se nós estamos reivindicando que a gente proteja as florestas, e trabalhar para reduzir o uso de combustível fóssil, uma das formas que eu tenho dito é que a gente tem que utilizar o dinheiro do petróleo para consolidar a chmada transição energética no Planeta Terra. Porque a Petrobras, aos poucos, vai deixar de er uma empresa de petróleo para virar empresa de energia.
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