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Ídolo, pelúcia e cartas raras de Pokémon : como youtuber Capitão Hunter ganhou confiança de menina vítima de abuso

22/10/2025 19:39 O Globo - Rio/Política RJ

Usando a imagem de ídolo, oferecendo pelúcias e cartas raras de Pokémon como recompensa, ou até pagando despesas de viagem para participação em eventos. É assim, segundo a polícia, que o influenciador digital João Paulo Manoel, de 45 anos, mais conhecido como Capitão Hunter, suspeito de crimes de estupro virtual de vulnerável e de produção de cenas pornográficas contendo adolescente, ganhava confiança de crianças e de jovens. Foi exatamente o que aconteceu com uma menina, de 13 . Moradora do Rio de Janeiro, ela foi uma das duas pessoas, a outra seria um menino de 11, com quem o youtuber trocou fotos íntimas.
Ídolo e abusador: como polícia define Capitão Hunter, youtuber do universo Pokémon, suspeito de estupro virtual de criança e de adolescente
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O caso começou a ser investigado pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) em setembro de 2025, quando a mãe da menina procurou a polícia. Ela descobriu o que acontecia após notar um comportamento diferente da filha, que parecia estar tristonha e reclusa. Ao conversar com a mãe, a jovem chorou e contou que vinha sendo assediada pelo influenciador. Com mais de 1 milhão de seguidores, ele é especializado no universo Pokémon de cartas. A mulher contou aos investigadores que a filha narrou ter recebido de Capitão Hunter pedidos de cunho sexual e até fotos de partes íntimas. O assédio aconteceu este ano por redes sociais.
Youtube Capitão Hunter, posa ao lado de um pokemon inflável, durante evento da animação
Reprodução
Capitão Hunter conheceu a adolescente em um evento em shopping, na Zona Norte do Rio, quando esta tinha apenas 11 anos. Segundo a investigação da DCAV, ele se aproximou da menina e disse que apoiaria a adolescente em jogos on-line. Ele também teria custeado as despesas da garota para uma viagem onde ela participou de evento Pokémon, em São Paulo, onde esteve acompanhada da mãe. Ouvida por uma psicóloga servidora da Polícia Civil, a adolescente contou que o influenciador mencionou que daria a ela um Pokémon de pelúcia Gyarados( espécie de dragão ou serpente voadora). Nesta ocasião, ele enviou uma foto de cueca dizendo que o brinquedo estava guardado na peça de roupa íntima. 
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A polícia confirma a existência da investigação de pelo menos dois casos. Uma menina de 13 anos e um menino de 11, ainda não localizado. A primeira é do Rio de Janeiro e manteria contato com o influenciador desde os 11 anos. Segundo relatório da investigação feita pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), o influenciador se valeu da condição de ídolo da vítima para que ela concedesse imagens de partes íntimas. "Trata-se de um abusador com elevado grau de periculosidade, atraindo crianças e adolescentes por meio de um perfil mentiroso para que ganhe a confiança dos vulneráveis e passe a assediá-las e coagi-las", revela um trecho do documento.
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Após fazer contato pelas redes sociais, o influenciador, a partir de2025, começou a solicitar fotos íntimas à menina, oferecendo produtos ligados ao universo que explora em troca. A investigação, que começou em setembro passado e durou cerca de um mês, detalhou que ele ofereceu como recompensa cartas de um jogo do Pokémon.
Ele também teria enviado diversas imagens inapropriadas dele para a vítima, mostrando as partes íntimas. O registro das conversas confirmou a conduta do suspeito e revelou que ele chegou a dizer para a menina que nem parecia que ela era uma criança.
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Segundo o delegado Cristiano Maia, da DCAV, contra Capitão Hunter foi cumprido um mandado de prisão temporária (de 30 dias) pelos crimes de estupro de vulnerável e produção de conteúdo pornográfico infantil. A ordem judicial foi expedida pela Vara Especializada da Criança e do Adolescente, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
O suspeito foi detido, nesta quarta-feira, na cidade de Santo André, em São Paulo. A ação contou ainda com apoio de policiais paulistas. Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao suspeito. A Justiça autorizou a quebra de sigilo de dados de equipamentos de informática apreendidos.
Todos os aparelhos eletrônicos encontrados serão encaminhados para perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli, no Rio de Janeiro. 
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