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Gripe aviária está de volta aos EUA

23/10/2025 14:45 O Globo - Rio/Política RJ

A gripe aviária está de volta nos Estados Unidos. Após um verão tranquilo, o vírus atingiu dezenas de granjas avícolas, resultando na morte de quase 7 milhões de aves criadas em cativeiro no país desde o início de setembro. Entre elas: cerca de 1,3 milhão de perus, pressionando o suprimento nacional de perus às vésperas do Dia de Ação de Graças.
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Relatos de aves selvagens infectadas também aumentaram, e três estados — Idaho, Nebraska e Texas — identificaram surtos em vacas leiteiras. O vírus geralmente surge no outono, quando pássaros selvagens começam a migrar para o sul; este ano, o aumento de casos está ocorrendo durante uma paralisação do governo, já que as agências federais que normalmente estão envolvidas na resposta estão trabalhando com equipes reduzidas.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que monitoram casos humanos, e o Departamento de Agricultura, que monitora surtos em animais, suspenderam a comunicação de rotina com os estados, deixando muitas autoridades sem orientações atualizadas sobre como detectar e conter a doença, ou um panorama nacional claro do surto.
— Por causa da paralisação do governo, sei menos do que normalmente saberia — constata Amy Swinford, diretora do Laboratório de Diagnóstico Médico Veterinário da Texas A&M, que faz parte de uma rede nacional de laboratórios que realiza vigilância da gripe aviária nos EUA.
O Departamento de Agricultura não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Emily Hilliard, porta-voz do departamento de saúde, por sua vez, afirma que o CDC estava mantendo seu centro de operações de emergência e sua capacidade de detectar e responder a ameaças urgentes à saúde pública.
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Mas as batidas de imigração estão afugentando trabalhadores de fazendas de laticínios e aves, que poderiam, de outra forma, procurar ajuda para seus sintomas. E o país está à beira da temporada de gripe, o que pode complicar ainda mais os esforços para identificar casos de gripe aviária, segundo alguns especialistas.
A nova onda de detecções deixa claro que os últimos meses, durante os quais o vírus praticamente desapareceu das granjas avícolas do país e os preços dos ovos caíram de níveis recordes, foram uma trégua temporária. O aumento repentino deste outono começou mais cedo do que o habitual, e os especialistas estão se preparando para uma aceleração nos próximos meses.
— O vírus se estabilizou neste padrão sazonal. Isso continuará sendo a nova norma — explica Richard Webby, especialista em influenza do Hospital de Pesquisa Infantil St. Jude.
O ressurgimento do vírus também significa que, com a aproximação dos feriados, os americanos poderão ver preços mais altos tanto para ovos quanto para perus.
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— Nossos produtores de peru estão sendo duramente atingidos neste outono. Os preços do peru no atacado já estão 40% mais altos do que no ano passado — diz Bernt Nelson, economista da Federação Americana de Agências Agrícolas.
Desde o início de 2022, o vírus afetou mais de 180 milhões de aves criadas em cativeiro e matou inúmeras aves selvagens. Mas também infectou dezenas de novas espécies, o que sugere que ele mudou significativamente ao longo do tempo.
No início de 2024, a doença se espalhou para vacas leiteiras, atingindo mais de mil rebanhos em 18 estados. Já infectou pelo menos 70 pessoas, a maioria trabalhadores rurais, resultando em várias hospitalizações e uma morte.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos disse que usaria fundos de emergência para apoiar seu programa de gripe aviária durante a paralisação, e o CDC manteve alguns funcionários essenciais que poderiam ajudar em caso de emergência.
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As demissões no CDC neste mês afetaram inicialmente especialistas em doenças infecciosas, incluindo a diretora interina do Centro Nacional de Doenças Infecciosas e Respiratórias, bem como todo o seu gabinete. O governo Trump também demitiu inicialmente dezenas de pesquisadores de doenças da agência, membros do Serviço de Inteligência Epidêmica que são enviados para ajudar a extinguir surtos.
Mas, menos de 24 horas depois, suas demissões foram anuladas. Ainda assim, muitos cientistas com experiência em gripe aviária foram afastados do trabalho, e o CDC suspendeu diversas ligações regulares que realizava para manter autoridades estaduais de saúde pública e veterinárias informadas sobre surtos.
As autoridades da agência normalmente atualizariam as autoridades estaduais sobre a escala dos surtos, quaisquer mudanças no vírus e as medidas de contenção recomendadas.
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