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Em autobiografia, Diane Keaton falou sobre relação com a mãe e namoro com Woody Allen

11/10/2025 19:38 O Globo - Rio/Política RJ

Diane Keaton, que morreu neste sábado aos 79 anos, publicou uma autobiografia em 2012 que provocou curiosidade e muita repercussão. Nela, falou sobre sua relação com a mãe, paixão por Woody Allen e ofício de atriz. Ela falou com propriedade: namorar Woody Allen era como estar num filme de Woody Allen, ela contou em seu livro de memórias, “Agora e sempre”.
A atriz dona de um Oscar estrelou alguns dos clássicos do cineasta novaiorquino, como "O dorminhoco" e "A última noite de Boris Grushenko" e ganhou o prêmio de melhor atriz da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood por "Noivo neurótico, noiva nervosa" em que sua heroína de calças largas envolvia-se de forma inesquecível com o azarado personagem de Allen. Allen e Keaton namoraram por alguns anos e permanegem próximos.
"Eu era sua querida estúpida", conta Keaton. "Nós dividíamos uma paixão por torturar um ao outro com nossos fracassos. Seus insights sobre minha personagem eram certeiros e hilários. Essa conexão continua sendo o coração da nossa amizade e, para mim, do amor."
Keaton conta na obra que conheceu Allen em 1968, quando eles trabalharam juntos na comédia teatral "Play it again, Sam", em papeis que repetiram em "Sonhos de um sedutor", versão da peça para o cinema lançada em 1972. Na trama, Allen era um divorciado neurótico que pede conselhos ao espírito de Humphrey Bogart para ajudar na sua vida amorosa. A atriz apaixonou-se por ele no roteiro e, pouco depois, também na vida real.
"Como poderia ser diferente? Era apaixonada por ele antes de conhecê-lo. Ele era Woody Allen. Minha família inteira costumava se juntar em frente à TV para assisti-lo no programa do Johnny Carson. Ele era tão descolado, com óculos de armação grossa e ternos bacanas", escreveu. "Mas foi o jeito dele que me conquistou, a maneira com que ele gesticulava, suas mãos, sua forma de olhar para baixo de forma autodepreciativa enquanto contava piadas como 'Eu não conseguia um par para a noite de ano novo, então fui para casa e pulei pelado em um barril de moedinhas'. Ele tinha uma aparência muito melhor na vida real. Ele tinha um corpo ótimo e era muito gracioso fisicamente".
Como nas cenas tiradas de "Noivo neurótico, noiva nervosa", ''Manhattan" e tantas outras comédias do cineasta, Allen e Keaton assistiam a filmes de arte, como "Persona", de Ingmar Bergman, iam a mostras de arte expressionista alemã na Madison Avenue e visitaram uma exposição de Diane Arbus no Museu de Arte Moderna.
No que Allen poderia reconhecer como um sinal de amor verdadeiro, ele até recomendou um analista para Keaton.
"Woody se acostumou comigo. Ele não podia evitar, ele adorava garotas neuróticas", escreve Keaton, cuja lista de namorados inclui ainda Al Pacino e Warren Beatty.
O livro de Keaton é centrado principalmente em sua relação com a mãe, Dorothy Hall, e inclui trechos de diários e cartas familiares. Em um dos trechos, a mãe de Keaton relembra sua ida a uma sessão de "Noivo neurótico, noiva nervosa" em 1977. O filme era baseado, em parte, no relacionamento de Allen e Keaton, cujo nome de batismo é Diane Hall.
"A câmera de Annie na mão, ela mascando chiclete, sua falta de confiança; era puramente Diane. A história era terna, engraçada e triste. Ela termina com separação, assim como na vida real", escreveu Dorothy Hall, que morreu em 2008. Ela não ficou tão entusiasmada com as cenas que mostravam a família Hall, que Allen apresentou como um clã fazendo refeições em silêncio enquanto o irmão de Annie (Christopher Walken) causava desordem. Colleen Dewhurst interpretava a mãe de Annie.
"Colleen Dewhurst me interpretando não foi um ponto alto", Hall escreveu. "Mas a plateia adorou. As pessoas aplaudiam e riam o tempo todo. Esse filme será muito popular".

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