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Ele sobreviveu aos bombardeios em Gaza e conta sua história na Bahia

19/10/2025 07:12 A Tarde - Política

O terror das mortes violentas não é exatamente uma novidade na vida do escritor e ex-ministro da Cultura da Palestina, Atef Abu Saif. Nascido em Gaza, em 1973, o intelectual era um bebê de quatro meses quando o Estado de Israel, criado 25 anos antes, protagonizou o seu quarto conflito armado com o mundo árabe, a Guerra do Yom Kippur.Mas o que Atef vivencia desde outubro de 2023, com o massacre da população civil palestina, não encontra paralelo em nenhuma outra história que tenha presenciado. Em sua ofensiva contra o Hamas, Israel matou mais de 65 mil pessoas, das quais 80% eram civis, de acordo com dados internos israelenses. Quase 170 mil palestinos ficaram feridos.Depois de escapar dessa estatística macabra, Atef lançou no ano passado o seu mais recente livro, Quero estar acordado quando morrer: diário de um genocídio em Gaza. Nele, Atef conta o horror vivido durante três meses por ele e por seu filho com os frequentes bombardeios e incursões militares israelenses, até que eles conseguissem fugir para o Egito.Essa história vai ser contada pessoalmente na Bahia no próximo dia 25, quando o escritor participa da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), na Tenda Paraguaçu, às 19h, em que vai falar da literatura como testemunho, autoficção e memória, relatando sua experiência e opinando sobre as perspectivas locais depois do que classifica como genocídio.Em entrevista ao A TARDE, Atef fez considerações sobre a região e a frágil situação do povo palestino, desesperado pelo fim dos ataques. "A troca de reféns de parte a parte não é um negócio justo, mas que os palestinos têm que aceitar porque o objetivo é parar a guerra", afirma o escritor.Atef pontua que nesse nomento todos querem o fim dos ataques, por diferentes objetivos. Netanyahu quis entregar ao povo israelense o resgate dos reféns, os palestinos em geral não querem estar sob a ameaça de bombas, e o Hamas quer se reorganizar.Ex-porta voz do Fatah, partido oponente ao Hamas, Atef defende o direito de Israel existir dentro das fronteiras demarcadas em 1967, o que se contrapôe à visão do Hamas de que não deve existir um estado judaico no território. Israel, por sua vez, avançou em muito sobre os territórios palestinos acordados há 58 anos e ameaça ocupar Gaza e a Cisjordânia, as áreas que oficialmente são palestinas, mas vivem sob o jugo israelense.



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À medida em que cresce internacionalmente o reconhecimento do Estado Palestino, o governo de Netanyahu cogita dividir a Cisjordânia em duas partes separadas por uma faixa central colonizada com assentamentos de israelenses. O apoio à causa palestina tem sido demonstrado por ativistas como Greta Thunberg, os barcos que tentam levar ajuda humanitária e mesmo nas arquibancadas em partidas de futebol."Cresce internacionalmente o entendimento de que há um genocídio, especialmente na Europa, na América Latina e em alguns países asiáticos", declara o escritor, que não acredita haver possibilidade de que volte a acontecer o mesmo nível de de

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