
Despedida da maquiadora morta a tiros em São Gonçalo é marcada pela comoção de centenas de parentes e amigos: 'Família destruída'
O corpo da maquiadora Verônica da Silva Barreto, de 26 anos, está sendo velado nesta segunda-feira (20) no Cemitério Municipal São Miguel, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A cerimônia de despedida está sendo marcada pela comoção de parentes e amigos, que cobram justiça pela morte da jovem.
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— A violência do Rio tirou a vida de outra mulher alegre e amada. Mais uma família está destruída, mais pessoas choram uma morte banal — disse uma pessoa presente que não quis se identificar.
Centenas de pessoas fizeram fila para ter oportunidade de se despedir pela última vez. Dentro da capela, muitas lamentações e orações, em meio a diversas coroas de flores.
Consolada por familiares, a sogra de Verônica, presente no momento dos disparos, carregava no rosto as marcas da violência. Diversos pequenos machucados eram molhados pelas suas lágrimas.
Atingida após passar por barricada
Verônica foi atingida por três disparos de arma de fogo, um deles na cabeça, na manhã do último domingo, enquanto passava de carro pela comunidade Itaúna, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Ela estava acompanhada da sogra, de uma cunhada, de um amigo, do filho de quatro anos e de outras crianças da família, a caminho de um sítio em Itaguaí, onde passariam o dia.
De acordo com testemunhas, o carro em que estavam teria passado por uma barricada montada por traficantes locais sem que os ocupantes abaixassem os vidros — prática comum exigida por criminosos em áreas dominadas pelo tráfico. Em seguida, os bandidos abriram fogo contra o veículo.
A maquiadora chegou a ser socorrida e levada inicialmente para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região. De lá, foi transferida para o Pronto-Socorro Central, no bairro Zé Garoto, mas não resistiu aos ferimentos.
Em nota, a Polícia Militar informou que policiais do 7º BPM (São Gonçalo) foram acionados para o Pronto-Socorro Central, mas ao chegarem constataram a morte. Além disso, a corporação afirma que não havia ação policial na localidade na hora do ocorrido.
De acordo com a Polícia Civil, a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) foi acionada e está à frente das investigações. Os agentes apuram as circunstâncias do crime e buscam identificar os responsáveis pelos disparos.
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