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Corpo de mais um refém em Gaza é entregue à Cruz Vermelha, afirma Exército israelense

20/10/2025 19:20 O Globo - Rio/Política RJ

As Forças Armadas de Israel informaram nesta segunda-feira que a Cruz Vermelha havia recebido o corpo de mais um refém mantido na Faixa de Gaza. A entrega dos restos mortais das vítimas, sequestradas no ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, faz parte de uma das principais resoluções do cessar-fogo mediado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e países da região.
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“De acordo com as informações fornecidas pela Cruz Vermelha, um caixão com o corpo de um refém falecido foi entregue e está a caminho da zona do território palestino onde se encontram as tropas israelenses”, afirmou a organização militar num comunicado.
A informação surge após dias agitados e ameaça de rompimento da trégua no conflito do Oriente Médio. O Exército disse em nota nesta segunda-feira que abriu fogo contra alvos hostis após suspeitos invadirem uma zona para a qual militares recuaram após o início da trégua.
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No domingo, o Estado judaico chegou a bombardear dezenas de alvos do grupo islamista, deixando ao menos 44 mortos e encerrar a passagem de ajuda humanitária no enclave outra vez sitiado, sob a justificativa de que o Hamas havia disparado mísseis antitanque contra soldados israelenses na região, matando dois.
O Hamas negou as acusações e disse ter recuperado o corpo de mais um refém israelense, mas garantiu que só o entregaria "se as condições em campo permitirem".
Ainda no domingo, as tropas israelenses anunciaram que retomaram a aplicação do armistício em Gaza. Antes do recuo, no entanto, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, havia ordenado que as forças tomassem "medidas enérgicas" contra alvos terroristas no enclave.
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"Após uma violação do cessar-fogo por parte do Hamas, o primeiro-ministro Netanyahu manteve consultas com o ministro da Defesa e funcionários de alto escalão de Segurança e ordenou uma ação com força contra alvos terroristas na Faixa de Gaza", afirma um comunicado divulgado por seu gabinete.
Trump ameaça Hamas
Trump disse nesta segunda-feira que daria ao Hamas uma "pequena chance" de cumprir o acordo de trégua com Israel em Gaza, mas alertou que o grupo seria "erradicado" caso não o fizesse. Na tentativa de atenuar os ânimos e obter garantias para a continuidade do acordo, o republicano designou o enviado especial americano para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e Jared Kushner, conselheiro e seu genro, a uma conversa in-loco com Netanyahu.
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— Combinamos com o Hamas que eles serão muito bons, que se comportarão — disse Trump a repórteres na Casa Branca, ao receber o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese. — E se não o fizerem, entraremos em ação e vamos erradicá-los. Se necessário, eles serão erradicados.
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Ele ponderou, contudo, que as forças americanas não participariam de uma represália contra o Hamas, mas que isso não impede uma intervenção de outras nações ao grupo.
— Há dezenas de países que concordaram em se juntar a uma força internacional de estabilização para Gaza que ficariam encantados em intervir. Além disso, Israel interviria em dois minutos se eu pedisse — declarou Trump. — Mas, por ora, não pedimos. Vamos dar a eles uma pequena chance e, com sorte, haverá um pouco menos de violência. Mas, vocês sabem, são pessoas violentas.
Trump insistiu que o Hamas ficou muito enfraquecido depois que o Irã, seu principal aliado, sofreu ataques severos dos Estados Unidos e de Israel no início deste ano.
ONU se diz preocupada com violência
Depois dos ataques entre Israel e o Hamas neste final de semana, o porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, veio a público expressar a preocupação da ONU com os atos de violência em Gaza. Apesar do acordo de cessar-fogo, em vigor desde 10 de outubro, 45 palestinos morreram no domingo em ataques israelenses, segundo a Defesa Civil de Gaza.
— Exortamos todas as partes a cumprirem todos os seus compromissos para garantir a proteção dos civis e evitar qualquer ação que possa provocar a retomada das hostilidades e prejudicar as operações humanitárias — declarou Dujarric. (Com AFP)

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