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Coreia do Norte realiza teste com mísseis um dia antes da visita de Trump à vizinha Coreia do Sul

28/10/2025 22:54 O Globo - Rio/Política RJ

A Coreia do Norte testou mísseis de cruzeiro mar-terra na costa oeste do país nesta terça-feira, informou a mídia estatal KCNA, um dia antes do presidente dos EUA, Donald Trump, iniciar uma visita à vizinha Coreia do Sul. O líder supremo norte-coreano, Kim Jong-un, que frequentemente supervisiona lançamentos importantes de mísseis, não participou desta vez. Ele também não foi mencionado pela emissora na reportagem sobre o teste de lançamento de mísseis hipersônicos na semana passada.
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De acordo com a KCNA, os mísseis foram lançados verticalmente do Mar Amarelo e voaram por mais de duas horas. O alto oficial militar Pak Jong Chon supervisionou o teste e disse que “sucessos importantes” estavam sendo alcançados no desenvolvimento das “forças nucleares” do Norte como um impedimento à guerra.
Na carregada agenda de Trump na Ásia, que inclui acordos, diálogos (especialmente com a China) e visitas a novos líderes aliados, a Casa Branca não descarta a inclusão uma reunião com Kim. Nas últimas semanas, a possibilidade — defendida até pelo próprio Trump — ganhou corpo, mas apesar de palavras até certo ponto afáveis de Pyongyang, o americano pode encontrar um interlocutor diferente daquele com quem conversou em 2018 e 2019.
— Estou aberto a isso. Seria muito bom encontrá-lo — disse Trump na segunda-feira, a bordo do Air Force One, a caminho do Japão, uma de suas escalas na Ásia. — Nada foi decidido ainda, mas se ele [Kim Jong Un] quiser se encontrar, eu também gostaria. Se ele quiser se encontrar, eu estarei na Coreia [do Sul].
A Coreia do Norte ainda não respondeu publicamente ao convite.
As discussões começaram a transparecer através da imprensa americana em setembro, quando membros da Casa Branca confirmaram que um encontro estava sendo discutido dentro do alto escalão do governo. Um entrave é a ausência de contatos formais entre Washington e Pyongyang — a Coreia do Sul, que desde a posse do presidente Lee Jae-myung busca melhorar seus laços com o vizinho do norte, diz que se uma reunião de fato acontecer, ela não precisa da participação de Seul.
Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, durante reunião no Vietnã, em 2019
Saul LOEB / AFP
Na semana passada, antes de embarcar pelo tour asiático, que o levou à Malásia, Japão e Coreia do Sul, Trump confirmou a intenção de se encontrar com Kim, lembrando do bom relacionamento que mantinha com ele — no final de seu primeiro mandato, ambos chegaram a trocar cartas.
Mesmo amizades sinceras costumam ter limites, especialmente na política internacional. Em setembro, já em meio aos rumores sobre um encontro, Kim Jong-un disse ter boas memórias de Trump, com quem se encontrou três vezes em 2018 e 2019, deixando claras suas linhas vermelhas:
— Se os EUA abandonarem sua obsessão vazia com a desnuclearização e quiserem buscar uma coexistência pacífica com a Coreia do Norte com base no reconhecimento da realidade, não há razão para não nos sentarmos com os EUA — declarou Kim.

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