COP30 é oportunidade para engajar população no plano de adaptação climática
Para além do planejamento, a prevenção e a mitigação dos efeitos de eventos climáticos extremos também exigem participação ativa da população para sair do papel. Os participantes do seminário defenderam que a COP30 em Belém será uma oportunidade para o Brasil fortalecer a mobilização da sociedade com a adaptação climática e dar sequência ao que foi planejado.
Diretor-presidente do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social e pesquisador associado da Fipe, Paulo Tafner avalia que é preciso esclarecer e oferecer incentivos para mobilizar as pessoas a se preocuparem com o tema. Para isso, ele afirma que a mensagem deve ser direta:
— Se o nível do mar sobe ou não sobe, depende de onde você mora. Para quem mora no alto da montanha, aumentar o nível do mar não quer dizer nada. Mas isso tem impacto na vida das pessoas, e é isso que tem que ser trazido a público com clareza: por que a mudança climática impacta a sua vida? E como ela impacta? E derivado daí, como podemos gerar ações coletivas e políticas públicas para mitigar os efeitos disso?
Expectativa pós-Belém
Para a diretora da Secretaria Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente Inamara Mélo, a expectativa é que a COP30 auxilie na implementação de medidas acordadas sobre o tema.
— A expectativa para a COP30 é ampliar o engajamento das pessoas sobre a pauta, que pode fazer parte de diversas agendas. Precisa do engajamento do governo e da sociedade. Já sabemos o que precisa ser feito. Agora é preciso dar consequência ao planejamento. Colocar a mão na massa — afirmou.
Helen Gurgel, do Laboratório de Geografia, Ambiente e Saúde da UnB, reforçou que é necessário que os indivíduos estejam conscientes das mudanças necessárias:
— Essa COP fala de ação. Ação é do indivíduo, de todo mundo. E aos poucos, de forma coletiva, tudo avança. Mas todo mundo tem que agir.
A exemplo do que ocorre em outros países, onde a população está mais preparada para lidar com eventos extremos, como terremotos e furacões, a educação para desastres é um caminho para preparar a sociedade, ressaltou a diretora de Sustentabilidade da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Claudia Prates.
— A gente tem que ter um planejamento federal, que já está sendo feito, mas uma conscientização das pessoas, da importância da ação dela de cobrança e do que afeta ela caso haja um acidente — diz.
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