Bessent diz que acordo EUA–China pode ser assinado na próxima semana e inclui compra de 12 milhões de toneladas de soja
Horas após o encontro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o líder chinês Xi Jinping, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent afirmou em entrevista à Fox Business Network, que espera que a assinatura do acordo entre os dois países aconteça “já na próxima semana”. Ele também anunciou que Pequim concordou em comprar 12 milhões de toneladas de soja ainda este ano.
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— O acordo de Kuala Lumpur foi concluído no meio da noite de ontem, então espero que possamos trocar assinaturas já na próxima semana — disse Bessent à Fox.
O anúncio oferece um certo alívio aos agricultores americanos, que aguardavam ansiosamente a retomada das exportações para o país asiático.
Ainda segundo Bessent, a China também se comprometeu a adquirir um mínimo de 25 milhões de toneladas por ano nos próximos três anos. Após as declarações, os futuros da soja apagaram as perdas iniciais e subiam 1,7%, a US$ 10,9875 por bushel, unidade de medida de usada nos EUA para produtos agrícolas, às 7h13 em Chicago (9h13 no horário de Brasília).
O presidente Donald Trump havia dito mais cedo que a China compraria uma quantidade “tremenda” de soja americana, após a reunião para avançar em um amplo acordo comercial com o líder chinês Xi Jinping. Trump afirmou que as compras começariam imediatamente, mas não apresentou detalhes adicionais.
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O acordo abre caminho para a retomada de um comércio que movimentou mais de US$ 12 bilhões no ano passado e é crucial para agricultores dos EUA, que enfrentam pressão financeira prolongada. Pequim vinha evitando a compra de soja americana nesta temporada de exportação, usando a commodity como peça de barganha na guerra comercial com Washington.
O compromisso de 12 milhões de toneladas para esta temporada está em linha com as previsões de muitos analistas. A China tem pouca necessidade de volumes adicionais no momento, após acumular estoques robustos com embarques recordes da América do Sul.
— O volume representa uma redução considerável do ponto de vista histórico — disse Brian Grete, analista sênior de grãos e pecuária da Commstock.
Grete acrescentou que no longo prazo, compras de 25 milhões de toneladas por ano significariam “basicamente voltar ao normal”, o que pode auxiliar os produtores a projetar a demanda de exportação e organizar seus balanços para os próximos anos. No ano passado, os EUA exportaram cerca de 27 milhões de toneladas para a China, segundo dados do Departamento de Agricultura americano (USDA).
Ainda assim, o compromisso é inferior ao registrado após a guerra comercial no primeiro mandato de Trump. Depois do chamado acordo da Fase Um, em 2020, os embarques aos chineses saltaram para 34,2 milhões de toneladas.
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A questão TikTok
Uma das questões que ficaram em aberto após o encontro dos líderes foi o que os dois países acordaram em relação à rede social TikTok. Questionado, Bessent afirmou que a China aprovou o acordo de transferência do TikTok.
O acordo idealizado por Trump prevê a criação de uma nova empresa que assumiria o negócio do TikTok nos EUA, controlada majoritariamente por investidores americanos, com a participação da ByteDance reduzida a menos de 20%, conforme exigido por uma lei de segurança nacional.
— Finalizamos o acordo do TikTok em termos de obter a aprovação chinesa, e espero que isso avance nas próximas semanas e meses, para que finalmente tenhamos uma resolução — disse Bessent à Fox Business Network sem fornecer mais detalhes.
O Ministério do Comércio da China limitou-se a dizer nesta quinta-feira que está comprometido em resolver adequadamente as questões relacionadas ao TikTok, sem mencionar detalhes específicos. (com Bloomberg)
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