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Você pode ser alérgico a outras pessoas? Sim, e parece a pior coisa do mundo

30/10/2025 13:41 O Globo - Rio/Política RJ

Embora as alergias mais comuns sejam a alimentos e bebidas específicos, muitos precisam conviver com o medo constante de ter qualquer tipo de contato com fluídos corporais de outras pessoas. Ou pior: só descobrem ter aquele tipo de alergia raro quando ocorre algum primeiro contato.
Alergia ao sêmen
A alergia ao sêmen é uma condição real, que pode se tornar perigosa pois em muitos caso ela é desconhecida pela pessoa que a tem até ter algum tipo de relação sexual que envolva o sêmen.
“Certa noite […] estávamos deitados na cama depois do sexo e minha língua começou a inchar de repente. Meu parceiro viu o que estava acontecendo, gritou: 'Você está me asfixiando!' e pegou meu inalador. Ele conseguiu enfiar meu inalador no canto da minha boca e começou a dispará-lo. Por sorte, eu ainda conseguia respirar o suficiente para que o medicamento chegasse aos meus pulmões”, contou uma mulher à BBC Future.
As responsáveis por tal reação são certas proteínas presentes no fluido seminal que transportam os espermatozoides. O termo médico correto para esta alergia é “hipersensibilidade ao plasma seminal”, ou HPS.
De acordo com Michael Carroll, professor associado de Ciências Reprodutivas na Universidade Metropolitana de Manchester, na Inglaterra, é possível que uma em cada oito mulheres sofra desse distúrbio. Em um artigo para o The Conversation, o pesquisador cita um estudo feito pelo alergista Jonathan Bernstein que descobriu que, entre as mulheres que relataram sintomas pós-coito, quase 12% poderiam estar associados ao HPS.
Um caso registrado em 1967 mostra o que acontece quando a alergia chega ao seu ponto extremo: uma mulher foi hospitalizada com sintomas como erupções cutâneas e com coceira; inchaço dos olhos, lábios, língua e garganta; extrema dificuldade para respirar; dor pélvica; uterina intensa; e perda de consciência.
Além disso, especialistas também apontam que é possível, por exemplo, ter esse tipo de reação ao sexo anal e não ao vaginal ou ao oral. E vice versa. Assim como também é possível que os homens tenham alergia ao próprio sêmen, com sintomas de coceira e até mesmo vermelhidão na pele após o sexo.
Alergia a cuspe e suor
Outros tipos de alergia que podem se tornar um empecilho ao longo da vida são ao cuspe e ao suor. O cuspe em si, geralmente não é o motivador, mas sim o alimento presente na boca de quem está beijando, ou o medicamento tomado pela pessoa.
“Alguns pacientes reagem depois que o parceiro escova os dentes ou várias horas depois de comer. Acontece que a saliva do parceiro está excretando o alérgeno horas depois que o alimento ou medicamento já foi absorvido pelo organismo”, explica o alergista Sami Bahna, ex-presidente do Colégio Americano de Alergia, Asma e Imunologia (ACAAI), ao Science Daily.
Uma proteína do suor de outras pessoas também pode ser motivo para preocupação. Pesquisadores apontam que esse tipo de sensibilidade tende a aparecer especialmente em pacientes com dermatite atópica (DA) e urticária colinérgica (UC).
Em 1986, por exemplo, uma mulher foi diagnosticada com alergia ao sêmen do marido e ao suor do marido e dos filhos.
Alergia a qualquer tipo de líquido
De maneira semelhante, a água, o líquido mais importante para a vida, já se mostrou problemática para algumas poucas pessoas. Esse tipo raríssimo de alergia, chamado de urticária aquagênica, pode levar alguém a ter reações alérgicas a todos os tipos de líquidos existentes em contato com a pele, das lágrimas ao sêmen.

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