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Como é por dentro do luxuoso arranha-céu de Nova York agora marcado por rachaduras e risco estrutural

25/10/2025 04:01 O Globo - Rio/Política RJ

Concebido como a joia da Billionaires' Row, o imponente arranha-céus com fachada de concreto branco se destaca em meio a um mar de arranha-céus de vidro. O "432 Park" — que ocupa o número 432 da Park Avenue — foi inaugurado em 2015, com seus 102 andares atraindo grandes compradores, o sucesso foi imediato, com rendimento de mais de 2,5 bilhões de dólares nas vendas. A vista panorâmica é um dos destaques. As janelas para o horizonte e para a cidade de Nova York são valorizadas nos projetos de design.
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Tanto glamour, hoje, enfrenta uma dor de cabeça, e até riscos sérios. Moradores e proprietários relataram que, apenas alguns anos após a conclusão da torre, surgiram vazamentos de água em tetos, falhas repetidas em elevadores e queixas de que salas de estar rangiam e balançavam com os ventos fortes de Midtown, como mostrou uma matéria do The New York Times.
Ambição arquitetônica levada ao limite
Buscando um edifício “absolutamente puro”, o empreendedor Harry Macklowe demoliu o luxuoso Drake Hotel e convocou o uruguaio Rafael Viñoly para projetar uma torre perfeitamente retilínea. Eles reuniram engenheiros, construtoras e especialistas para tornar a visão realidade.
O 432 Park seria o edifício residencial mais alto e um dos mais estreitos do planeta. Sua proporção de esbeltez é de 15 para 1; o Empire State Building, por comparação, tem proporção de 3 para 1.
Com histórico de projetos de vanguarda, Macklowe queria algo que se destacasse das torres de vidro próximas.
“Parece muito simples”, disse Justin Peters, executivo da Lendlease, à Engineering News-Record. “Mas não é.”
Ambiente do arranha-céu de luxo em Nova York, 432 Park
Reprodução / 432 Park Avenue
O sucesso comercial foi imediato: as 125 unidades renderam mais de US$ 2,5 bilhões, segundo a Marketproof. Entre os primeiros compradores estavam Jennifer Lopez, Alex Rodriguez e o magnata saudita Fawaz Alhokair.
Promessa de luxo
Na época das vendas das unidades, as opções para ocupação imediata entregavam imóveis pensados para valorizar ao máximo o espaço. Entre os luxos, piso de carvalho maciço, janelas de vidro isolante, cozinha personalizada com copa, aquecimento central e ar condicionado. Opções ainda mais seletivas incluíam suíte master com banheiros duplos e closet, entradas de serviço e elevador privativo.
Nas cozinhas assinadas pela arquiteta de interiores Deborah Berke, a luz natural é valorizada para o ambiente com piso e bancadas de mármore, armários de laca branca e carvalho natural, iluminação personalizada para nichos e bancadas, eletrodomésticos de aço inoxidável Miele e pias duplas Franke.
Ambiente do arranha-céu de luxo em Nova York, 432 Park
Reprodução / 432 Park Avenue
A arquiteta também assina o projeto dos banheiros que tem, entre os destaques, "banheiras de imersão independentes dentro das janelas de 3 metros quadrados características da torre", informa o site dedica ao arranha-céu. O ambiente conta, ainda, com pisos e paredes de mármore, pisos aquecidos, armários e sistema de luzes personalizados.
Luxo e desconforto
Quando inaugurado, o prédio recebeu celebridades e bilionários com pé-direito alto, janelas gigantes e restaurante exclusivo. Porém, as reclamações foram imediatas.
Rangidos, vazamentos, pane elétrica no Dia de Ação de Graças de 2019, oscilação intensa e falhas em elevadores constam em processos e e-mails internos.
Construtoras dizem que as queixas são exageradas — e que parte da manutenção não foi cumprida pelo condomínio.
Ambiente do arranha-céu de luxo em Nova York, 432 Park
Reprodução / 432 Park Avenue
Mas engenheiros independentes veem os problemas como reflexo de estresse estrutural acima do previsto.
O 432 Park, retangular e pouco aerodinâmico, enfrenta ventos mais agressivos do que o ideal.
Fachada marcada por rachaduras
O exterior do edifício, inaugurado em 2015, apresenta sulcos e centenas de fissuras que sugerem sobrecarga causada pelo vento e pela chuva, segundo especialistas independentes em engenharia, relatórios de construção e documentos judiciais. Sem correções — possivelmente ao custo de nove dígitos — o prédio pode se tornar inabitável ou até representar risco para pedestres, alertam engenheiros.
Inspetores afirmam que o edifício é seguro. Ainda assim, relatórios recentes enviados à prefeitura apontam falta de pedaços de concreto nos andares mais altos e novas rachaduras na fachada estrutural.
A origem do problema: o concreto branco
Enquanto processos se multiplicam entre incorporadores, engenheiros, moradores e empreiteiros, ganha força a tese de que parte dos problemas se concentra na elogiada fachada totalmente branca — uma escolha estética defendida pelos renomados arquitetos e desenvolvedores.
Mais de dez anos após a corrida para erguer os prédios mais altos possível, o 432 Park e

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