Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

MP de Goiás pede novas diligências em inquérito sobre morte do serial killer Lázaro Barbosa

25/10/2025 06:31 O Globo - Rio/Política RJ

O Ministério Público (MP) de Goiás pediu a realização de novas diligências no inquérito policial que investiga a morte de Lázaro Barbosa de Sousa, acusado de assassinar quatro pessoas da mesma família em Ceilândia (DF), em 2021. Lázaro foi morto após passar 20 dias foragido. Segundo o MP, a 83ª Promotoria de Justiça da Comarca de Goiânia "recebeu, recentemente, o inquérito policial sem informações indispensáveis para a formação de convicção ministerial necessária ao exercício da ação penal".
Metanol: Número de mortes por intoxicação sobe de dez para 15, com registros em SP, PR e PE
Brasil: Garimpo ilegal impulsiona destruição em terra indígena líder de desmatamento
Como titular da ação penal, responsável por uma eventual denúncia, o MP solicitou à autoridade policial providências que considera "essenciais", como a oitiva de policiais que participaram da operação e a juntada do laudo cadavérico definitivo aos autos, dentre outras necessárias à completa elucidação dos fatos. Após o cumprimento das diligências requisitadas, os autos retornarão ao Ministério Público para análise e formação da opinião ministerial sobre o caso.
"O MPGO esclarece que não houve reabertura do caso porque nunca ocorreu encerramento formal da investigação sobre a morte de Lázaro Barbosa de Sousa", pontuou o órgão.
Relembre o caso Lázaro
Depois do assassinato da família Vidal, em junho de 2021, Lázaro Barbosa de Sousa passou 20 dias foragido em matas da região de Ceilândia (DF) e foi perseguido por uma força-tarefa de cerca de 200 policiais. Além de assassino, Lázaro também era acusado de estupro. Na fuga, teria sido ajudado por um fazendeiro e invadiu várias propriedades, fazendo reféns.
Ele era foragido do sistema penitenciário. Em 2007 havia sido preso na Bahia, onde nasceu, por duplo homicídio, mas fugiu da cadeia. Acabou preso novamente e, em 2014, passou a cumprir a pena em regime semiaberto. Mesmo assim, fugiu e foi preso duas vezes. A última fuga ocorreu em 2018, quando cumpria pena num presídio em Águas Lindas de Goiás.
Em 2022, um ano depois dos assassinatos, parentes da família Vidal receberam ameaças. A intimidação foi feita em abril daquele ano, por WhatsApp: "Cuidado o novo Lázaro Barbosa pode volta (sic)". "Vc vai morrer também. Como a família Vidal foi. Se prepara. Estou indo aí".
Até a morte a facadas do empresário Cláudio Vidal, de 48 anos, dos filhos dele, Gustavo Vidal, de 21 anos, e Carlos Eduardo Vidal, de 15, e da mulher dele, Cleonice Marques de Andrade, de 43 anos, cujo corpo foi encontrado dias depois, pelo menos 20 pessoas da família viviam na área onde ocorreu o crime.
Trata-se de uma fazenda de 350 mil metros quadrados, adquirida pelos avós de Claudio Vidal há cerca de 70 anos. O crime fez com que praticamente todos deixassem o local e fossem morar de aluguel.
A fazenda foi alcançada pela expansão urbana. Parte da família segue tirando seu sustento da venda de plantas e mudas de árvores frutíferas e não quer se desfazer da propriedade. Alguns aceitam vendê-la. Antes da morte de Cláudio Vidal, quatro das 13 cotas familiares haviam sido negociadas, mas o negócio emperrou depois do crime bárbaro.
— Não sabemos o que motivou a morte de Cláudio e toda a sua família. O Lázaro foi morto e também o homem que deu guarida a ele, ajudando a escondê-lo durante a fuga, que acabou morrendo de infarto. A polícia diz que tem uma linha de investigação, mas não sabemos qual é — afirmou na época Alexandre Vidal, um dos sobrinhos de Cláudio Vidal.

Fonte original: abrir