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Alckmin cobra metas mais ambiciosas contra o aquecimento global na abertura da Pré-COP30

13/10/2025 13:20 O Globo - Rio/Política RJ

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, fez um apelo nesta segunda-feira para que os países apresentem metas mais ambiciosas para evitar o agravamento do aquecimento global. Ao abrir a Reunião Ministerial Preparatória da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) — a Pré-COP30 — Alckmin afirmou ser preciso conectar o debate sobre o aquecimento global à vida cotidiana das pessoas.
Chamado de Pré-COP, o evento realizado em Brasília tem por objetivo reduzir divergências entre os países, para que haja o máximo de posições alinhadas na COP30, que ocorrerá no próximo mês, em Belém. Segundo Alckmin, as discussões devem se pautar pela defesa do multilateralismo.
— O Brasil chega à COP30 como país que acredita em ética, sustentabilidade e responsabilidade. Esperamos o comprometimento da comunidade internacional — afirmou.
Entre os principais desafios para o Brasil na presidência da COP30, o governo busca apoio para a liberação de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 e para a aceleração da entrega das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) — metas assumidas pelos países no âmbito do Acordo de Paris, firmado em 2015, cujo objetivo é limitar o aumento da temperatura global a menos de 2 °C em relação aos níveis pré-industriais.
Alckmin ressaltou que a NDC do Brasil prevê a redução das emissões líquidas de gases de efeito estufa de 59% para 67% até 2035, em comparação com os níveis de 2005 — percentuais que equivalem, segundo ele, a 870 milhões a 1,05 bilhão de toneladas de carbono.
— O Brasil reconhece a crise climática e quer uma meta realista de emissões que concilie crescimento econômico e transição energética, com compromisso de desenvolvimento sustentável. O país tem papel fundamental nas três grandes questões do século: segurança alimentar, segurança energética e combate às mudanças climáticas — disse Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Ele afirmou que, no mundo, cerca de 30% da energia elétrica provém de fontes renováveis; no Brasil, esse percentual chega a 80%.
Segundo interlocutores envolvidos com o tema, a Pré-COP funciona como um teste diplomático e de articulação política para o Brasil. Não estão previstos acordos formais ou anúncios de novas metas, mas sim a construção de entendimentos prévios que facilitem as negociações em Belém.
Para o país, o pano de fundo da Pré-COP é a defesa da ampliação do financiamento climático e da revisão das metas globais de redução de emissões, com objetivos mais ambiciosos. Até o momento, apenas 62 dos 196 países signatários da ONU apresentaram novas NDCs.
O evento em Belém também tem forte valor simbólico, por marcar o retorno da Amazônia ao centro da diplomacia ambiental brasileira. A expectativa, afirmam auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é que o encontro contribua para consolidar a imagem do Brasil como mediador confiável e liderança propositiva em um cenário internacional cada vez mais fragmentado, no qual a transição verde é ao mesmo tempo desafio climático e disputa econômica.

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