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A estratégia dos ricos: entenda o segredo por trás das mansões financiadas dos bilionários

21/10/2025 07:02 O Globo - Rio/Política RJ

Comprar uma mansão à vista já não é mais sinônimo de poder absoluto. Atualmente, a verdadeira demonstração de inteligência financeira está justamente na estratégia contrária: financiar o imóvel, mesmo quando se tem dinheiro suficiente para quitá-lo integralmente. Essa abordagem, conhecida como "good debt" ou "dívida inteligente", parte do princípio de que, se o retorno do capital investido supera o custo dos juros do financiamento, é mais vantajoso deixar o dinheiro aplicado e fazer com que ele renda, em vez de imobilizá-lo em um único bem.
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Essa prática ganhou força entre celebridades e executivos de altíssimo patrimônio, que passaram a enxergar o crédito como uma ferramenta estratégica. Jay-Z e Beyoncé, por exemplo, financiaram uma mansão avaliada em mais de 200 milhões de dólares em Malibu, mesmo com patrimônio bilionário. Mark Zuckerberg também escolheu recorrer a uma hipoteca ao adquirir sua residência em Palo Alto, e nomes como Kylie Jenner e Taylor Swift seguiram o mesmo caminho.
O fenômeno se intensificou após a crise financeira de 2008, quando as taxas de juros despencaram, tornando o crédito vantajoso até para os mais ricos. Desde então, o dinheiro barato passou a ser utilizado como instrumento para proteger e ampliar o patrimônio.
No Brasil, entretanto, o crédito ainda carrega o estigma de sinal de falta de recursos. "Existe a crença arraigada de que quem possui muito dinheiro deve pagar tudo à vista. Mas, no mercado de luxo, o financiamento virou uma ferramenta de planejamento, não uma necessidade", esclarece Fabrizio Bevilacqua, CEO da incorporadora ítalo-brasileira Netcorp.
Segundo o especialista, o comprador de alto padrão está cada vez mais técnico e racional. "Esse público entende sobre taxas, compara cenários e faz os cálculos com cuidado. Em vez de imobilizar todo o capital em um único imóvel, prefere preservar a liquidez e utilizar o crédito como alavanca financeira", comenta.
"Essa mudança reflete uma transformação no conceito de luxo. “Nossa cultura financeira ainda é muito emocional, mas o novo luxo está em saber administrar o tempo e o dinheiro com inteligência, e não em ostentar poder imediato", afirma.
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Com a expansão das linhas de crédito voltadas para alta renda e imóveis avaliados acima de 3 milhões de reais, incorporadoras como a Netcorp têm adaptado suas estratégias para atender a um público que enxerga o imóvel como parte de um portfólio diversificado, e não apenas como moradia.
"Esses clientes buscam morar bem, mas também planejam seu futuro com o mesmo rigor com que administram suas empresas. Para eles, financiar é uma decisão estratégica que equilibra liquidez, rentabilidade e conforto", destaca Fabrizio.
Mais do que uma simples tendência financeira, o conceito de good debt simboliza uma nova mentalidade: o verdadeiro luxo não está em gastar, mas em preservar. "Ter dinheiro não significa gastá-lo imediatamente. O luxo está em saber onde e quando seu capital pode trabalhar melhor para você", finaliza o executivo.

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